Pelo sinal da santa cruz

Caramba, isto foi realmente feio. Tanta gente cega por um ódio ao catolicismo a roçar o irracional. Tanta gente a debitar veneno a litro. Tanta gente indignada que nunca se havia indignado.

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Venho de duas famílias de homens profundamente ateus e de mulheres que, aos poucos, se foram deixando “contaminar” pela descrença. Até mesmo a minha família paterna, proveniente de uma Espanha que, à época, era profundamente católica, veio com o gene do ateísmo integrado. É verdade que, actualmente, o país de Isabel de Castela e de Fernando de Aragão vem experimentando uma espécie de crise de fé global e, em 2019, o Centro de Estudos Sociológicos divulgou um relatório em que mostrava que, pela primeira vez desde a formação do país, o número de ateus, agnósticos e indiferentes à religião (29,1%) era superior ao número de católicos praticantes (22,7%). Mas estes são números recentes porque, no outro tempo, no tempo dos meus avós, a missa era quase obrigatória e, aos domingos, as ruas enchiam-se de mulheres com os cabelos cobertos por mantilhas a caminho da igreja.

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