Polícia vai realizar revistas aleatórias durante a Jornada Mundial da Juventude
Serão 343 pontos de revista distribuídos entre o Parque Eduardo VII e o Parque Tejo. PSP diz que irá avaliar “comportamentos que denotem não estar integrados no espírito de um evento religioso.”
As forças de segurança terão 343 pontos de revista distribuídos por 12 portas durante a Jornada Mundial da Juventude, avançou o responsável pelo Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública, Paulo Pereira, em conferência de imprensa, esta manhã, no Centro de Imprensa do Parque Eduardo VII, em Lisboa. Os peregrinos da JMJ serão escolhidos aleatoriamente para inspecção, tendo em conta “critérios policiais”, sublinha o responsável.
“Dependendo do momento em que nos encontramos e da pressão que haja sobre a porta, a revista poderá ser por amostra”, começou por explicar o responsável. E que critérios são esses? “Comportamentos que denotem não estar integrados no espírito de um evento religioso.”
Paulo Pereira não sabe prever quanto tempo demorará a escoar os peregrinos no final da Vigília e da Missa do Envio, no Parque Tejo, agendadas para o próximo fim-de-semana. “Muitos peregrinos vão dormir no recinto e não sabemos o número de pessoas que pretende sair e quanto tempo vai demorar”, respondeu ao PÚBLICO.
A ideia, observou, é que “a saída seja ordeira” e que cada um aguarde para que haja “um escoamento mais fácil”. De recordar que está previsto um milhão de pessoas em Lisboa ─ um décimo da população portuguesa.
A PSP estará ainda a controlar a zona vermelha, onde só é permitido circular com comprovativo de residência ou uma declaração da entidade patronal. Contudo, reconheceu Paulo Pereira, deverá haver “flexibilidade” nesta circulação, tendo em conta “situações urgentes”. A cidade recebeu um reforço de dois mil polícias, além dos sete mil que já integram o Comando Metropolitano de Lisboa. No total, são 16 mil agentes das várias forças de segurança.
Também está previsto o acompanhamento das manifestações, já que a PSP tem “o dever de proteger e permitir a realização desses eventos”. Contudo, explicou, haverá uma área delimitada para esses protestos, garantindo distância do local dos eventos da JMJ. O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna, Paulo Vizeu Pinheiro, lembrou que “o direito de manifestação deverá ser exercido sem contender o direito à segurança, à integridade física e à peregrinação na jornada.”
Quanto aos cartazes de teor ofensivo que estão proibidos, o comandante Paulo Pereira não sabe adiantar o que “é ou não ofensivo”, mas deixa um esclarecimento, quanto aos critérios de proibição: “Tudo o que perturbe a visão de outros peregrinos, a possibilidade de assistir com boas condições de visão.”
Quase 700 mil passageiros
O secretário-geral do Sistema de Segurança Interna actualizou ainda os dados do controlo de fronteiras, em vigor entre 22 de Julho e 7 de Agosto. Nas fronteiras terrestres, já foram controladas 11.487 viaturas ─ só nas últimas 24 horas, 1673 carros. Foram realizadas duas detenções e recusadas seis entradas no último dia, num total de 439 desde o início do controlo. “Deve-se sobretudo a documentos de viagem que não estão válidos. Alguns viajam mesmo sem documento de viagem”, adianta.
Já por via marítima, foram inspeccionadas 68 embarcações ─ desde 22 de Julho foram 974. Por esta via, não se registam recusas de entrada. É nas fronteiras áreas que os números surpreendem. Desde 22 de Julho, já entraram 672.631 passageiros em Portugal em 3891 voos.
Só nas últimas 24 horas, chegaram 415 voos com 77.159 passageiras, sendo que 35 destas viagens provêm do Espaço Schengen. “As recusas de entrada foram sete. No acumulado são 46”, acrescenta Paulo Vizeu Pinheiro. Este domingo, registou-se também uma detenção por “mandado de cumprimento de pena”.
A JMJ decorre de 1 a 6 de Agosto em Lisboa, entre o Parque Eduardo VII e o Parque Tejo. O Papa Francisco, o grande protagonista do evento, chega na quarta-feira e, no dia seguinte, presidirá à cerimónia de acolhimento de maior encontro de jovens com o chefe da Igreja.