Para garantir a segurança na JMJ, há 16 mil agentes e 2500 bombeiros

Quem mora ou trabalha nas zonas de perímetro de segurança terá de preparar o cartão de cidadão e o certificado de residência. Autoridades recomendam planear viagens e chegar atempadamente aos locais.

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Peregrinos começam a rumar a Lisboa nesta segunda-feira. Autoridades estarão atentas aos percursos LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS
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Espaço aéreo condicionado, muita polícia nas estradas e nas ruas, revistas à entrada para os grandes recintos, bombeiros a postos: assim se desenha o plano que visa garantir a segurança dos participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que arranca nesta terça-feira.

Estarão envolvidos cerca de 16 mil elementos das forças de segurança, de protecção civil e de emergência médica para garantir a segurança de cerca de um milhão de pessoas esperadas em Lisboa. Em meados de Julho, por ocasião da apresentação do plano de segurança, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, notou que tem como objectivo atingir “os mais elevados padrões de segurança e, ao mesmo tempo, provocar o mínimo impacto possível”, quer nos participantes da JMJ, quer na população.

As autoridades de segurança desenharam um plano à escala nacional, que arrancou já com a reposição do controlo documental nas fronteiras no passado dia 22 numa operação a cargo do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com apoio da GNR e da PSP. Até sábado, foram controladas 673 mil pessoas e impedida a entrada de 115.

Ainda em relação ao espaço aéreo, foram anunciadas quatro zonas de exclusão aérea entre Lisboa e Fátima, constrangimentos em 23 aeródromos e sistemas de detecção de drones não autorizados. Os voos comerciais no aeroporto de Lisboa e Cascais serão permitidos.

Polícias nas ruas, polícias em protesto

A PSP será aqui um braço importante para garantir que todos os eventos da JMJ decorrem em segurança, num momento em que, nas forças de segurança, se vive um clima de protesto, com uma concentração marcada para o dia 2 de Agosto junto à Presidência da República, numa altura em que se prevê que Marcelo Rebelo de Sousa esteja a receber o Papa Francisco.

Prevê-se também que as forças de segurança estejam em força nas estradas, já que foi montada uma operação rodoviária de grande escala, que integra a PSP, GNR, INEM, Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil, Infra-Estruturas de Portugal e Brisa. Em contexto de pré-jornada, têm também decorrido várias operações policiais a nível nacional.

Na capital, são esperados nos próximos dias inúmeros constrangimentos na circulação, com ruas fechadas e trânsito condicionado em várias artérias. Por isso, a PSP recomenda que os percursos sejam atempadamente planeados e que seja privilegiada a deslocação a pé ou em transportes públicos. Quem morar ou trabalhar nas zonas abrangidas pelos perímetros de segurança, por exemplo em zonas próximas ao Parque Eduardo VII, Parque Tejo e Passeio Marítimo de Algés, deve munir-se de cartão de cidadão e comprovativo de morada ou declaração da entidade patronal para poder circular nas zonas com limitações de acesso, informa também a PSP.

Nos recintos para onde estão previstos os maiores eventos, como o Parque Eduardo VII ou o Parque Tejo, assim como o Santuário de Fátima, haverá um sistema de controlo para “ter em tempo real a informação fidedigna do número de pessoas” que estão dentro destes recintos. A ideia é evitar excesso de lotação, anunciou também na altura Paulo Vizeu Pinheiro.

À semelhança do que acontece em grandes eventos, serão criados nestes locais perímetros de segurança, com diferentes pontos de acesso, onde os participantes serão revistados pelas forças de segurança. E não devem também transportar artigos proibidos, como drones, explosivos, facas, tendas de campismo, bicicletas e até animais de estimação. A PSP apela ainda a que os participantes cheguem cedo aos locais de eventos e que marquem um ponto de encontro para o caso de se perderem do seu grupo.

A PSP trabalhou também em colaboração com a segurança do Vaticano, já que uma das grandes preocupações das forças de segurança será garantir a segurança do chefe da Igreja. E nem a recente entrada, sem grandes dificuldades, no Parque Tejo do artista plástico Bordalo II, com a sua obra em forma de tapete com várias notas de 500 euros como crítica às verbas públicas destinadas ao evento, parece ter posto em causa a segurança esperada para o evento.

O Ministério da Administração Interna notou que este episódio não foi uma “falha de segurança” e o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna fez notar que só depois de concluídas as obras é que os recintos da JMJ serão revistados pela PSP, e só serão abertos "após confirmação de que reúnem as necessárias condições de segurança", disse em comunicado.

2500 bombeiros

Do lado da Protecção Civil, o dispositivo especial de protecção e socorro para a JMJ inicia-se já nesta segunda-feira, dia em que os peregrinos começam a chegar a Lisboa, e terminará a 10 de Agosto, já depois do final da Jornada.

De acordo com o comandante nacional de emergência e protecção civil, André Fernandes, inicia-se com cerca de 800 operacionais e terá a capacidade máxima a 5 e 6 de Agosto, com 640 veículos e 2500 bombeiros, explicou o comandante à agência Lusa. Grande parte destes operacionais será dos corpos de bombeiros voluntários da região de Lisboa, mas também de Fátima. No entanto, existirá também um reforço de diferentes regiões do país, adiantou ainda o responsável.

A ideia é que este dispositivo esteja presente nas principais vias rodoviárias e ferroviárias, já que haverá milhares de peregrinos a circular de autocarro em direcção a Lisboa nos próximos dias.

Estes meios de Protecção Civil estarão também depois nos diferentes eventos da JMJ e nas cerimónias em que o Papa Francisco vai participar, tanto em Lisboa, como em Fátima. E poderão responder também a outros incidentes, como por exemplo incêndios urbanos, lembrou André Fernandes.

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