Investigação do homicídio de Marielle Franco leva a novo mandado de prisão preventiva

Maxwell Corrêa, dono do carro usado para ocultar armas de um dos suspeitos, cumpria prisão domiciliária por obstruir investigação.

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Marielle Franco foi morta em 2018, com 38 anos Reuters/PILAR OLIVARES
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A Polícia Federal brasileira e o Ministério Público do Rio de Janeiro anunciaram que, esta segunda-feira, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão na região do Rio, no âmbito da Operação Élpis, escreve a CNN Brasil. A operação configura o início de uma nova fase da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

O mandado de prisão preventiva terá sido dirigido a Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, avança a publicação G1, que estava a cumprir desde 2021 uma pena de prisão domiciliária por obstruir as investigações, depois de ter sido preso em 2020. Segundo afirmou Ministério Público na altura, o ex-bombeiro era o dono do carro usado para ocultar armas que estavam no apartamento de um dos suspeitos pelo assassinato. Ainda não são conhecidas as razões que levaram ao novo mandado de prisão preventiva de Maxwell Simões Corrêa.

O ministro da Justiça brasileiro, Flávio Dino, sublinhou na sua conta de Twitter os avanços realizados na investigação.

Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos a 14 de Março de 2018, no Rio de Janeiro, quando seguiam para casa depois de uma reunião das Jovens Negras Movendo Estruturas, no Instituto Casa das Pretas. No caminho, terão sido abordados por um carro, cujos ocupantes dispararam sobre eles.

Nos cinco anos que passaram, nunca ficaram esclarecidas as motivações por trás do ataque nem ficou confirmado quem seriam os responsáveis pela organização do mesmo. Na primeira fase do inquérito, em Março de 2019, foram presos Ronnie Lessa, polícia militar reformado acusado de fazer os disparos, e o ex-polícia militar Élcio de Queiroz, que teria, segundo a G1, conduzido o carro que perseguia as vítimas. Uma denúncia anónima terá estado na base da investigação sobre os dois homens. Ambos negam envolvimento no crime e ainda não foram a julgamento.

As investigações sobre os homicídios ficaram marcadas por vários avanços e recuos, tentativas de obstrução e pistas falsas. A liderança das investigações foi trocando de mãos, pelo que a Polícia Civil já teve cinco delegados diferentes responsáveis pelo caso.

A Operação Élpis deverá ter esse nome em referência a Élpis, deusa grega da esperança.

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