Às portas do Oeste de Michael Cimino

Um livro e um documentário de Jean-Baptiste Thoret sobre o paraíso de Michael Cimino, o Gatsby do cinema americano.

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Michael Cimino Jacques PRAYER/Gamma-Rapho via Getty Images
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Quando o crítico francês Jean-Baptiste Thoret foi ter com Michael Cimino a Los Angeles, que o aguardava de óculos escuros ao volante de um bólide negro onde soava Fast and Furious, corria o mês de Abril de 2010 e o norte-americano desaparecera há muito dos radares: das salas de cinema e das revistas, dos festivais e das cinematecas. O eclipse devera-se a um título que soava a um escândalo intratável, As Portas do Paraíso/Heaven's Gate (1980), um fracasso nas bilheteiras que levara à falência o estúdio que o produzira, a United Artists. Da existência de Cimino, ficaram os títulos na imprensa que, muito antes da estreia, ainda mesmo durante a rodagem do filme, estavam já contra uma produção que escalou de 12 para 40 milhões de dólares, que utilizou 1200 figurantes, que cobriu as ruas de uma cidade de lama "apenas" para a sequência inicial, que sujeitara os actores a seis semanas de preparação durante as quais tiveram de aprender a montar a cavalo, a disparar, a patinar, enfim, uma produção que... O "unqualified disaster", sentença do New York Times, passou a ser emblema dos vícios de grandeza e das idiossincrasias que se apoderaram da Hollywood dos anos 70.

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