Co-fundador da Altice suspeito de 11 crimes de corrupção

Ministério Público imputa a Armando Pereira seis de corrupção activa no sector privado, um de corrupção passiva no sector privado e quatro de branqueamento de capitais.

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Armando Pereira DANIEL ROCHA/ARQUIVO
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O co-fundador do grupo Altice, Armando Pereira, e o empresário de Braga Hernâni Vaz Antunes respondem por um total de 32 crimes no âmbito da Operação Picoas, segundo noticiou a revista Visão e o PÚBLICO confirmou.

Assim, o Ministério Público (MP) imputa a Armando Pereira um total de 11 crimes, seis de corrupção activa no sector privado, um de corrupção passiva no sector privado e quatro de branqueamento de capitais.

Já a Hernâni Vaz Antunes, o MP atribui a prática de 21 crimes, oito de fraude fiscal qualificada, seis de branqueamento de capitais, sete de corrupção activa no sector privado.

Neste processo com o nome Operação Picoas investigam-se factos susceptíveis de constituir crimes de corrupção no sector privado, fraude fiscal agravada, falsificação e branqueamento.

O MP suspeita que Armando Pereira, juntamente com Hernâni Vaz Antunes, está envolvido num alegado esquema fraudulento, que terá lesado o Estado em mais de 100 milhões de euros e desviado da Altice cerca de 250 milhões de euros.

No âmbito desta investigação foram detidos Armando Pereira, Hernâni Vaz Antunes, Jessica Antunes (filha do segundo) e o economista Álvaro Gil Loureiro. Os dois últimos já foram ouvidos. Esta quarta-feira é a vez de Armando Pereira, que será presente ao juiz Carlos Alexandre às 14 horas.

Segundo a Visão, em declarações aos jornalistas, Pedro Marinho Falcão, um dos advogados de Armando Pereira, afirmou que não existem motivos para o juiz aplicar uma medida de coacção privativa da liberdade. “Do ponto de vista das razões que determinam uma medida de coacção de privação da liberdade, não há razão nenhuma para que seja aplicada", afirmou, sublinhando que o facto de o seu cliente ter residência em França também não o justifica.

“Viver na Europa não significa fugir à justiça”, afirmou, sustentando ainda também que “a circunstância de ser alguém com capacidade financeira não determina o perigo de fuga". Para o advogado, a aplicação de uma caução será uma “medida satisfatória”.

As medidas de coacção apenas serão conhecidas depois de terminados todos os interrogatórios.

Já o advogado Manuel Magalhães e Silva, que também assegura a defesa de Armando Pereira, e que esta quarta-feira falou aos jornalistas à porta do tribunal, no Campus de Justiça, em Lisboa, confirmou as suspeitas dos crimes que recaem sobre o seu cliente, sublinhando que o mesmo não é visado pelo MP no crime de fraude que também está sob investigação neste caso.

"Aquilo que se tem dito continuadamente, que é uma monumental fraude fiscal, não está imputada ao senhor Armando Pereira", afirmou, acrescentando: "De A a Z tudo vai ser explicado. Ele leu e reflectiu com toda a atenção sobre a indiciação que lhe foi apresentada pelo MP e está em condições de esclarecer o MP sobre todos os itens da indiciação."

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