Putin diz que tem “stock suficiente” de bombas de fragmentação para usar na Ucrânia

Presidente russo diz que as suas forças nunca usaram este tipo de armamento - o que é falso, segundo organizações de direitos humanos.

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Vladimir Putin tem feito várias declarações públicas desde a rebelião abortada do grupo Wagner EPA/ALEXANDER KAZAKOV/KREMLIN / POOL
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Vladimir Putin diz que a Rússia tem “um stock suficiente” de bombas de fragmentação e que pode usá-las caso as forças russas na Ucrânia sejam atacadas com o mesmo tipo de armamento.

A Ucrânia recebeu esta semana um lote de bombas de fragmentação dos Estados Unidos, uma decisão que foi criticada por vários países aliados. Estas bombas, que largam uma grande quantidade de outras pequenas bombas e atingem alvos indiscriminados, por vezes não detonando imediatamente, estão proibidas por uma convenção internacional própria, assinada por mais de 100 países.

Os Estados Unidos, a Rússia e a Ucrânia não são subscritores do documento. E grupos de direitos humanos dizem que tanto a Rússia como a Ucrânia já usaram este tipo de bombas na actual guerra. A Human Rights Watch divulgou em Fevereiro um longo relatório em que explica como as forças russas usaram bombas de fragmentação para atacar a estação ferroviária de Kramatorsk, matando pelo menos 58 civis.

“Quero sublinhar que na Federação Russa existe um stock suficiente de diferentes tipos de bombas de fragmentação”, disse o Presidente russo numa entrevista televisiva de que estão a ser divulgados excertos este domingo. “Ainda não as usámos. Mas claro que, se forem usadas contra nós, reservamos o direito de tomar uma acção recíproca”, acrescentou.

A mesma ameaça fizera já o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, assegurando igualmente que as bombas de fragmentação russas “são muito mais eficazes do que as americanas” – uma alegação que a Casa Branca se apressou a desmentir, garantindo que é maior a percentagem de munições russas que cai sem detonar, representando um perigo que pode durar décadas.

Na mesma entrevista, Putin também disse que a contra-ofensiva ucraniana “não está a ter sucesso”, uma vez que “todas as tentativas do inimigo de romper a linha defensiva” russa “não foram bem-sucedidas”.

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