Suprimidos mais de 60% dos comboios devido à greve na Infra-estruturas de Portugal

A greve está igualmente a afectar o transporte ferroviário da Fertagus, que liga Setúbal a Lisboa, realizando-se apenas 25% do serviço.

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Greve afecta circulação de comboios de norte a sul do país Matilde Fieschi/Arquivo

A greve de 24 horas dos trabalhadores da Infra-estruturas de Portugal (IP) levou esta sexta-feira à supressão de 164 comboios de 254 programados (64,6%) pela CP entre as 0h e as 8h, segundo dados da transportadora.

Os trabalhadores da IP cumprem esta sexta-feira uma greve de 24 horas em protesto pela "falta de resposta" da empresa às suas reivindicações, tendo sido decretados serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral.

Numa nota enviada à Lusa sobre os impactos desta greve na CP, a empresa indica que dos 254 comboios programados, realizaram-se 90, e que nos urbanos de Lisboa, dos 115 previstos, foram suprimidos 86.

A CP - Comboios de Portugal adianta que nos urbanos do Porto, estavam previstos para aquele período 53, tendo sido suprimidos 28 e nos comboios de longo curso realizaram-se sete, das 12 ligações previstas.

Numa nota no seu site, a CP alertou que, “por motivo de greve, convocada por organizações sindicais representativas dos trabalhadores da IP (gestor da infra-estrutura ferroviária), prevêem-se esta sexta-feira fortes perturbações na circulação de comboios, a nível nacional, com possível impacto nos dias anterior e seguinte” ao período da paralisação.

A greve da IP está igualmente a afectar o transporte ferroviário da Fertagus, que liga Setúbal a Lisboa, realizando-se apenas 25% do serviço.

Fonte da transportadora disse à Lusa na quinta-feira que está prevista a realização de serviços mínimos, com 39 ligações, 18 no sentido sul e 21 no sentido norte, representando 25% da oferta.

De acordo com o acórdão que determinou os serviços mínimos, publicado pelo Conselho Económico e Social (CES), estes foram fixados para os comboios da CP, nomeadamente de longo curso (Alfa Pendular e Intercidades), regional, urbanos de Lisboa, do Porto e de Coimbra.

Além disso, e tendo em conta que a IP gere as redes ferroviária e rodoviária, o tribunal arbitral determinou que “devem ser garantidas as condições de segurança e circulação rodoviária nos túneis do Marão, do Grilo e de Benfica”, bem como alguns serviços de comunicações, entre outras actividades.

Os trabalhadores da IP marcaram a greve desta sexta-feira em protesto pela "falta de resposta" às suas reivindicações, de acordo com Abílio Carvalho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), em declarações à Lusa, no dia 23 de Junho.

O dirigente sindical indicou que "foram criadas expectativas" segundo as quais "a valorização dos trabalhadores seria mais à frente", o que não se concretizou.

Os sindicatos apresentaram uma contraproposta salarial comum, exigindo um aumento intercalar mínimo de 37 euros, anunciaram em 12 de Junho.