Preços das casas abrandam, mas continuam a aumentar no arranque do ano

O preço mediano das vendas de casas em Portugal fixou-se em 1565 euros por metro quadrado no primeiro trimestre, um aumento de 7,6% face ao ano passado, que, ainda assim, representa um abrandamento.

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Algarve mantém-se como uma das regiões mais caras do país para comprar casa Duarte Drago
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Os preços das casas continuaram a aumentar no início deste ano, prolongando a tendência já verificada há vários trimestres consecutivos, ainda que este crescimento tenha voltado a registar um abrandamento, à semelhança do que já tinha acontecido no final do ano passado. Os maiores aumentos de preços são registados em algumas regiões do interior e Norte do país, mas, também, em Lisboa, onde os preços voltam a aumentar a um ritmo superior ao da média nacional.

Os dados foram divulgados, nesta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indica que, no primeiro trimestre deste ano, o preço mediano dos alojamentos familiares em Portugal foi de 1565 euros por metro quadrado, valor que corresponde a um aumento de 7,6% face a igual período do ano passado. Apesar do crescimento significativo, esta taxa de variação representa um abrandamento em relação ao último trimestre do ano passado, quando os preços tinham aumentado 10,7% – e, nessa altura, essa subida também já representava uma desaceleração.

Os números agora divulgados mostram, ainda, que a tendência de aumento dos preços é transversal à maioria do território nacional, embora com discrepâncias nos ritmos de crescimento. De acordo com o INE, as regiões de Lezíria do Tejo, Leiria, Cávado, Algarve e Área Metropolitana de Lisboa destacam-se por apresentarem taxas de crescimento dos preços superiores a 15% no primeiro trimestre deste ano. Mas também na Área Metropolitana do Porto, por exemplo, se registou uma subida a dois dígitos, de cerca de 11%. Em sentido contrário, as maiores quebras, superiores a 13%, registaram-se nas regiões da Beira Baixa e do Baixo Alentejo.

Já em termos de valores absolutos, Algarve e Lisboa mantêm-se como as zonas mais caras do país para comprar casa. No primeiro trimestre, o valor mediano do metro quadrado atingiu os 2609 euros na região do Algarve, um aumento de 16,6% face a igual período do ano passado, enquanto em Lisboa os preços subiram para 2288 euros por metro quadrado, um aumento homólogo de 15,2%. Por seu lado, a região do Alto Alentejo apresentou os preços mais baixos, com um valor de venda mediano de 526 euros por metro quadrado.

A região mais cara do país para comprar casa apresenta, assim, valores praticamente cinco vezes superiores aos que se encontram na zona mais barata.

Preços crescem mais nas grandes cidades

Esta tendência de crescimento dos preços foi ainda mais evidente nas grandes cidades, onde, na maioria dos casos, os aumentos superaram largamente a evolução registada a nível nacional.

Os preços aumentaram em todos os 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, ultrapassando os dois dígitos na maioria deles. Destaca-se o município de Loures, na Área Metropolitana de Lisboa, onde os preços de venda aumentaram em 26,5% e atingiram um valor mediano de 2529 euros por metro quadrado, naquele que foi o maior aumento homólogo entre todas as grandes cidades.

Já no município de Lisboa, o mais caro do país, os preços aumentaram em 9,2% e fixaram-se no valor mediano de 4103 euros por metro quadrado, enquanto no concelho do Porto o aumento foi de 6,3%, para um valor mediano de 2652 euros por metro quadrado.

Preços sobem mais para estrangeiros

À semelhança do que vem acontecendo em trimestres anteriores, a discrepância entre os valores pagos por nacionais e por estrangeiros por uma casa continuou a agravar-se no início deste ano.

No primeiro trimestre, o valor mediano das vendas em que os compradores tinham domicílio fiscal em Portugal foi de 1524 euros por metro quadrado, um aumento de 6,7% face a igual período do ano passado. Já o valor mediano pago por compradores com domicílio fiscal em território estrangeiro fixou-se em 2411 euros por metro quadrado, uma subida de 9,14% em relação ao ano passado.

Assim, os estrangeiros já pagam, por uma casa, um valor mediano mais de 58% superior àquele que é desembolsado pelos nacionais, o que representa um agravamento em relação a trimestres anteriores.

Esta discrepância é ainda mais acentuada nas grandes cidades, onde existe maior procura. Na Área Metropolitana de Lisboa, por exemplo, os nacionais pagaram um valor mediano de 2251 euros por metro quadrado para comprar casa. Já os estrangeiros pagaram 3832 euros por metro quadrado, um valor superior em 70% em relação ao que foi desembolsado pelos nacionais.

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