Euribor a três e 12 meses sobem e fixam novos máximos

Valores das taxas utilizadas em perto de 90% dos empréstimos à habitação estão ao nível mais alto desde Novembro de 2008.

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Subida das taxas agrava custos para as famílias com empréstimos associados às Euribor Nelson Garrido

As taxas Euribor desceram esta terça-feira a seis meses e subiram a três e a 12 meses, face a segunda-feira, para novos máximos nestes dois prazos.

A taxa Euribor a 12 meses, que actualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu para 4,164%, mais 0,019 pontos, face a segunda-feira, superando o máximo anterior que tinha sido fixado em 23 de Junho deste ano.

Nesse dia, a Euribor a 12 meses bateu um novo máximo desde Novembro de 2008 fixando-se em 4,147%.

Segundo dados de Março de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 41% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 33,7% e 22,9%, respectivamente.

A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 3,862% em Maio para 4,007% em Junho, mais 0,145 pontos.

No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de Junho de 2022, caiu, ao ser fixada em 3,888%, menos 0,025 pontos que na segunda-feira, depois de ter subido em 23 de Junho até 3,933%, também um novo máximo desde Novembro de 2008.

A média da Euribor a seis meses subiu de 3,682% em Maio para 3,825% em Junho, mais 0,143 pontos.

A Euribor a três meses, por sua vez, subiu para 3,613%, mais 0,016 pontos, face ao dia anterior, superando também o máximo fixado em 23 de Junho deste ano.

Neste dia, a Euribor a três meses fixou-se em 3,610% em 23 de Junho, um novo máximo desde Novembro de 2008.

A média da Euribor a três meses subiu de 3,372% em Maio para 3,536% em Junho, ou seja, um acréscimo de 0,164 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de Fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro directoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de Fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 15 de Junho, o BCE voltou a subir os juros, pela oitava reunião consecutiva, em 25 pontos base - tal como em 4 de Maio -, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efectuado em 16 de Março, em 02 de Fevereiro e em 15 de Dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de Outubro e em 8 de Setembro as taxas directoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de Julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro directoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respectivamente, de -0,605% em 14 de Dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de Dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.