Líderes internacionais “atentos” à situação na Rússia, aliados disponibilizam ajuda
Prudência é a estratégia para as reacções internacionais aos acontecimentos na Rússia.
"A monitorizar", "atentos", "a seguir de perto": a larga maioria dos líderes e organizações internacionais como a NATO e União Europeia escolheu a precaução para os primeiros comentários à situação na Rússia, onde o grupo Wagner se rebelou contra as tropas de Putin e, aparentemente, domina pontos-chave em Rostov, uma cidade fundamental para a estratégia da ofensiva sobre a Ucrânia.
Ao mesmo tempo, começam a surgir apoios dos aliados de Putin, como a Tchetchénia, e na Rússia tanto instituições estatais como os líderes religiosos apelam à união.
Na Ucrânia aproveita-se para salientar a "fraqueza" de Moscovo e desejar que a instabilidade do outro lado da fronteira fragilize as tropas que ocupam o território ucraniano. Primeiro foi o assessor do Presidente Volodymyr Zelensky a escrever que "tudo está apenas a começar na Rússia". "A divisão entre as elites é muito óbvia. Chegar a um acordo e fingir que está tudo resolvido não vai funcionar", escreveu Mykhailo Podoliak no Twitter.
Pouco depois, Zelensky seguia a mesma estratégia de apontar as fragilidades russas. "Quem escolhe o caminho do mal destrói-se a si próprio ", apontou o líder ucraniano. "Há muito que a Rússia utiliza a propaganda para mascarar a fraqueza e a estupidez do seu Governo."
Em comunicado, o líder tchetcheno Ramzan Kadyrov anunciou que as suas forças armadas estão prontas para ajudar a pôr fim à rebelião do grupo Wagner, que classificou de "facada nas costas", e preparadas para usar "métodos duros". E apelou aos soldados russo que não cedam a "provocações".
Na Polónia, o escalar da tensão na Rússia fez reunir as mais altas instâncias, com o Presidente Andrzej Duda escreveu no Twitter que fazem o "acompanhamento permanente" do que se passa para lá da sua "fronteira oriental".
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assim como os porta-vozes da Comissão Europeia, Eric Mamer, e da NATO Oana Lungescu quase parecem ter combinado os termos para uma primeira reacção: estão todos a "monitorizar a situação" e reiteram o seu apoio incondicional à Ucrânia. O mesmo afirmam os governos francês e alemão.
A líder do Governo italiano Giorgia Meloni considerou que a rebelião demonstra a instabilidade dentro da federação russa causada pela guerra na Ucrânia. Praticamente o mesmo que afirmaram os executivos da Suécia e da Finlândia — esta última concluiu recentemente o processo de adesão à NATO e tem 1340 quilómetros de fronteira com a Federação russa.