Pichagem junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, já foi removida

Pichagem foi feita não no corpo principal do Padrão, mas na base de uma das esferas armilares que o ladeiam. EGEAC diz que não provocaram danos. Não se sabe para já quem foi o seu autor.

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"A nação que matou África, Wakanda4Ever”, pode ler-se na base de uma das esferas armilares que ladeiam a caravela estilizada Nuno Ferreira Santos

A zona do Padrão dos Descobrimentos que foi alvo de uma pichagem, detectada na quinta-feira, já foi removida, disse a empresa municipal de Cultura EGEAC.

Em resposta escrita à Lusa, a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) confirma que houve "pichagem nas áreas junto ao Padrão dos Descobrimentos", mas ressalva que nada foi detectado no próprio Padrão.

As pichagens "eram de dimensão reduzida e não provocaram danos, tendo sido possível remover as mesmas", adianta.

A EGEAC não sabe quem foram os autores das pichagens, remetendo essa informação para as autoridades competentes. "Estamos a acompanhar todo o processo e, obviamente, a desenvolver procedimentos que procurem evitar novas situações, numa articulação com as autoridades policiais", frisa a empresa municipal.

Segundo noticiou na quinta-feira o PÚBLICO, as inscrições terão sido feitas na terça-feira não no corpo principal do monumento, mas na base de uma das esferas armilares que o ladeiam. Nela foi escrito “A nação que matou África, Wakanda4Ever”.

Esta não é a primeira vez que o Padrão dos Descobrimentos é alvo de pichagens.

Em Agosto de 2021, foi inscrito um graffiti numa das laterais do monumento, com cerca de 20 metros. Na mensagem, em inglês, lia-se: "Blindly sailing for monney [sic], humanity is drowning in a scarllet [sic] sea lia [sic]", o que, numa tradução livre e ignorando os erros de escrita, seria algo como "Navegando cegamente por dinheiro, a humanidade afunda-se num oceano escarlate".

Na altura, uma estudante francesa vangloriou-se da proeza nas redes sociais, o que levou a Polícia Judiciária a identificá-la, logo a seguir ao acto.

Situado à beira Tejo, o Padrão dos Descobrimentos – cuja classificação como monumento nacional ou imóvel de interesse público está em análise – foi desenhado pelo arquitecto Cottinelli Telmo e pelo escultor Leopoldo de Almeida, para ser mostrado na Exposição do Mundo Português, que se realizou em 1940.

Em 1960, por ocasião da comemoração dos 500 anos da morte do Infante D. Henrique, o Padrão dos Descobrimentos foi reconstruído em betão e cantaria de pedra rosal de Leiria, e as esculturas em cantaria de calcário de Sintra.

O arquitecto Fernando Ramalho remodelou o interior, dotando o Padrão de um miradouro, auditório e salas de exposições e, em 1985, o monumento é inaugurado como Centro Cultural das Descobertas.