Em Roma já se pode ver de perto o sítio onde Júlio César terá sido assassinado
Área Sacra do Largo Argentina contém restos de quatro templos antigos, que estão abaixo do nível da rua e até agora só podiam ser observados à distância.
A partir desta terça-feira, a Área Sacra do Largo Argentina, praça de Roma onde o imperador Júlio César terá sido assassinado no ano de 44 a.C., ganha um novo percurso pedestre. Os visitantes vão passar a poder ver de perto os restos de quatro templos antigos que ainda existem no local.
Estas ruínas, contextualiza a agência Reuters, encontram-se abaixo do nível da rua. Até à inauguração deste percurso, só podiam ser vistas à distância, por cima das barreiras, e num entroncamento com muita circulação de veículos.
“Foi possível abrir um espaço que ilustra toda a história deste lugar, que conheceu sucessivas fases de destruição e reconstrução ao longo dos séculos”, explicou Claudio Parisi, arqueólogo e principal autoridade de Roma no campo do património cultural.
Os quatro templos foram descobertos há quase 100 anos, quando decorriam obras de demolição de um bairro para a construção de novos edifícios. Remontam aos séculos II e III a.C., e compõem um dos mais importantes e antigos sítios arqueológicos de Roma.
O percurso que agora vem permitir estar perto deles é acessível a pessoas com mobilidade reduzida. Também foram desenvolvidos painéis tácteis, com informações sobre os monumentos e o complexo como um todo, para pessoas com problemas de visão.
A inauguração do percurso pedestre faz-se acompanhar pela abertura de duas áreas de exposição, em que serão exibidos sarcófagos, elementos arquitectónicos decorativos, fragmentos de epígrafes e duas cabeças monumentais de divindades.
Não há certezas, mas pensa-se que os quatros templos seriam dedicados à deusa Feronia, ligada à fertilidade e à vida selvagem, à ninfa Juturna, divindade menor das águas e das nascentes, aos Lares que protegiam os marinheiros romanos quando viajavam, e ainda a Fortuna, deusa da sorte e da esperança.
Diferentes incêndios e remodelações mudaram a estrutura da Área Sacra que acabaria por ficar enterrada sob as ruas de Roma ao longo de vários séculos.
As actuais obras de revalorização foram financiadas pela Bulgari, marca italiana de joalharia de luxo. O complexo estará aberto ao público de terça a domingo, mediante compra antecipada de bilhetes.