Companhia Nacional de Bailado abre Festival ao Largo com três noites de dança

A 15.ª edição do festival decorre entre 6 e 27 de Julho e conta 14 espectáculos de várias áreas artísticas, com protagonismo para a dança e para a música.

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Companhia Nacional de Bailado Nuno Ferreira Santos

Cabe à Companhia Nacional de Bailado (CNB) abrir a 15.ª edição do Festival ao Largo, com dança contemporânea a preencher as três primeiras noites de uma programação "mais ampla", que arranca a 6 de Julho no Largo de São Carlos, em Lisboa, e se estende até ao dia 27 do mesmo mês. Ao todo, são 14 espectáculos que cruzam diversas áreas artísticas, em especial a dança e a música.

Ao longo de três noites, a CNB apresenta duas peças contemporâneas que "marcam simbolicamente o fim da presente temporada da companhia": Symphony of Sorrows, da autoria de Miguel Ramalho, coreógrafo e primeiro bailarino da companhia fundada em 1977; e Cantata, do italiano Mauro Bigonzetti, uma criação que reflecte tradições populares e musicais italianas "numa espécie de festa comunitária".

O festival prossegue a 11 de Julho com um concerto de repertório alargado, desde temas mais clássicos da música barroca até às composições mais conhecidas do universo cinematográfico, que junta alunos de sete escolas de ensino especializado da música, nas vertentes de canto, coro e orquestra, provenientes de todo o país.

Este espectáculo é a primeira apresentação ao vivo do projecto educativo "LABoratório ÓPERA 1 - Uma experiência em São Carlos", que deu a oportunidade a jovens músicos e cantores de terem uma oficina com os maestros titulares da Orquestra Sinfónica Portuguesa e do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, e com a soprano Elisabete Matos.

A 12 de Julho dá-se palco ao projecto "Lisbon-Kabul: Music Itineraries of Wonder", composto por jovens músicos afegãos com o grupo de câmara Ensemble Darcos, sediado em Faro. Esta criação foi desenvolvida em parceria com o Instituto Nacional de Música do Afeganistão que, desde 2008, "se tem notabilizado por um trabalho contínuo na salvaguarda e transmissão do património musical afegão", destacam os programadores.

O programa dá destaque à apresentação de "duas obras em estreia": um fado de Miguel Amaral, jovem solista da guitarra portuguesa, e uma cancão do compositor Nuno Côrte-Real, escrita aos 19 anos, num "momento de trovador punk", segundo palavras do próprio.

Nos dias 14 e 15 é a vez da Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Antonio Pirolli, juntamente com o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, para um concerto dedicado à obra do compositor norte-americano George Gershwin.

A mesma orquestra estará de volta nos dias 21 e 22, para um concerto comemorativo dos seus 30 anos de existência, em que interpretará Ode para Orquestra, de Lukas Foss, Rapsódia sobre um tema de Paganini, Op. 43, de Sergei Rachmaninov, e a Sinfonia n.º 1 em Dó menor, Op. 68, de Johannes Brahms, precisamente o mesmo programa com que o grupo se estreou, a 5 de Fevereiro de 1993 no Cinema Tivoli.

Antes, no dia 17, a orquestra de cordas As Damas de São Carlos apresenta-se com um programa dedicado ao tango, interpretando algumas das mais icónicas composições do argentino Astor Piazzolla, mas também do seu compatriota Carlos Gardel, ou ainda do músico e compositor uruguaio Gerardo Matos Rodríguez. Este concerto contará ainda com a participação especial do músico e acordeonista João Gentil.

A 18 de Julho, o festival viaja até aos anos 1930, 1940 e 1950, para levar o público a escutar temas consagrados por Edith Piaf e Marlene Dietrich e pelo compositor Kurt Weil, num concerto protagonizado pela Orquestra Sinfónica do Conservatório Regional de Artes do Montijo, com direcção de Ceciliu Isfan e a participação da solista Cátia Moreso.

A edição deste ano do Festival ao Largo conta ainda com a participação da Banda da Guarda Nacional Republicana, que apresentará, no dia 19, um concerto especial dirigido pelo maestro alferes Ricardo Torres, com foco nos arranjos musicais para instrumentos de sopro, que se iniciará com o hino do norte-americano Aaron Copland Fanfare for the Common Man, prosseguindo com Pulse - Concerto para Euphonium, de Thomas Doss, com solo de João Carvalho, e terminando com a Sinfonia n.º 3 do norte-americano James Barnes, encomendada pela Banda da Força Aérea dos Estados Unidos, em 1994.

Os últimos dias da programação são destinados à plataforma Território, que apresenta a 6.ª edição do seu programa, produzido pelos Estúdios Victor Córdon.

Esta plataforma associada à CNB, e que tem contribuído para o início de carreiras de jovens bailarinos de todo o país, mostra duas peças: Sad Case (1998), uma coreografia da dupla Sol León & Paul Lightfoot, activa desde 1989 e que até hoje já criou mais de 60 espectáculos para o Nederlands Dans Theater, e ainda uma nova criação de Douglas Lee, antigo bailarino principal no Stuttgart Ballet, que tem vindo a desenvolver carreira como coreógrafo.

De entrada gratuita, o Festival ao Largo junta todas as instituições artísticas do OPART, contando com direcção artística de Elisabete Matos (directora artística cessante do Teatro Nacional de São Carlos), Carlos Prado (dircetor Artístico da CNB) e Rui Lopes Graça (coordenador dos Estúdios Victor Córdon).