Marcelo diz que paragem de Costa foi uma “escala técnica”

Marcelo notou ainda que também ele já foi “vítima de uma injustiça” semelhante: em 2016, devido a uma viagem para Lyon com o intuito de ver uma meia-final de futebol da selecção portuguesa.

Foto
António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/TIAGO PETINGA
Ouça este artigo
--:--
--:--

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

O Presidente da República diz que a paragem não anunciada do primeiro-ministro em Budapeste, onde viu um jogo de futebol, tratou-se de uma “escala técnica” devido a uma eventual “falta de autonomia” da aeronave Falcon 50, onde viajava.

Marcelo Rebelo de Sousa tem a “impressão” de que deverá ter “ocorrido”, a caminho da Moldova, a necessidade de fazer uma “escala técnica” devido a uma eventual “falta de autonomia” do avião da Força Aérea. Assim sendo, diz o Presidente da República, António Costa “aproveitou a escala técnica para ir ver o futebol”. “Acho que decidiu à última da hora”, disse a uma jornalista da RTP.

Na sexta-feira, Marcelo afirmou que a dita paragem se deveu à vontade que Costa tinha em dar um abraço a José Mourinho (que disputava a final europeia a que António Costa assistiu) e notou que o primeiro-ministro o havia informado de que o faria.

Desvalorizou, também, o chefe do Governo estar acompanhado por Viktor Orbán — primeiro-ministro húngaro de direita radical muito contestado no seio das instituições europeias. “Tenho divergências em relação ao primeiro-ministro e ao Governo. Neste ponto, não há compromisso político”, considerou.

Aproveitou, por fim, para notar que também ele já foi “vítima de uma injustiça" semelhante: em 2016, devido a uma ida de Falcon para Lyon com o intuito de ver uma meia-final de futebol da selecção portuguesa. “Achava-se que havia voo comercial e não havia. Acabei por pagar a viagem”, recorda.

“O mais elementar bom senso”

Uma solução — pagar a viagem do próprio bolso — que é agora requerida pela Iniciativa Liberal. No Twitter, os liberais instam o primeiro-ministro “a pagar do seu bolso o desvio que o Falcon teve de fazer para que pudesse ter ido ver a bola à custa do dinheiro dos contribuintes”.

Críticas à direita e à esquerda. Em conferência de imprensa após reunião da mesa nacional do Bloco de Esquerda, a recém-eleita líder, Mariana Mortágua, considerou “lamentável” a “utilização de recursos públicos numa paragem decidida de forma pessoal pelo primeiro-ministro”.

“Não havia obrigação de ver um jogo de futebol. Achamos péssima ideia que o faça ao lado de um líder autoritário. Estamos no domínio do bom senso, o mais elementar bom senso”, disse a líder bloquista.

Segunda Mariana Mortágua, o primeiro-ministro deve “ao país — e não ao Bloco de Esquerda — uma explicação” para que “o assunto possa ser enterrado”.

Na sexta-feira, o Observador noticiou que António Costa fez escala em Budapeste, a 31 de Maio, quando se deslocava em direcção à Moldova para a cimeira da Comunidade Política Europeia.

A paragem, para assistir à final da Liga Europa entre o Sevilha e a Roma, não estava na agenda do primeiro-ministro. O facto de António Costa estar acompanhado por Viktor Orbán — como se verificou na fotografia divulgada por esse jornal — alimentou a polémica.

Sugerir correcção
Ler 54 comentários