Benfica sagra-se campeão nacional de hóquei em patins pela 24.ª vez
“Encarnados” venceram em casa do Sporting, no quarto encontro da final, e recuperaram o título nacional sete anos depois.
O Benfica alcançou, neste domingo, no pavilhão João Rocha, em Lisboa, o 24.º título nacional do palmarés em hóquei em patins. No quarto jogo da final do play-off, o Sporting estava obrigado a ganhar para forçar o quinto encontro, mas voltou a perder (1-3) e entregou o troféu ao rival.
Com o pavilhão praticamente cheio (à imagem do que tem acontecido nos derbies das diferentes modalidades ao longo desta temporada), as duas equipas proporcionaram uma primeira parte de grande intensidade. E foi o Sporting a colocar-se em vantagem antes os cinco minutos, num remate potente de Gonzalo Romero de fora da área - uma das imagens de marca do argentino, de resto.
Até então praticamente inofensivo, o Benfica teve o mérito de não pretender responder desenfreadamente. Com critério, foi procurando abrir o jogo e, numa das arrancadas de Carlos Nicolía pela tabela, encontrou Gonçalo Pinto dentro da área, para um desvio providencial que valeu o empate.
Ligeiramente mais capazes que o Sporting de utilizarem o jogo interior (quer por Lucas Ordoñez ou por Roberto di Benedetto), os "encarnados" foram conseguindo manter o bloco defensivo intacto e forçar o rival a usar essencialmente a meia distância (com recurso regular aos bloqueios centrais), sendo que Pedro Henriques deu conta do recado até ao intervalo.
Mas o primeiro tempo não chegaria sem novo golo de Gonçalo Pinto. Edu Lamas, que aproveitou da melhor forma a ausência por lesão de Pablo Álvarez, isolou o avançado português, que picou a bola com subtileza por cima do ombro de Ângelo Girão.
Em desvantagem no jogo e na final, o Sporting estava forçado a arriscar mais, mas as duas primeiras ocasiões do segundo tempo pertenceram ao rival: Gonçalo Pinto e Ordoñez não foram capazes de finalizar, já dentro da área. A jogarem em 2x2, os "leões" beneficiaram, aos sete minutos, da 10.ª falta e Romero foi o responsável pela marcação do livre directo. Resultado? Pedro Henriques defendeu o primeiro remate e as duas recargas seguintes.
E este foi um momento determinante no encontro. Porque, na sequência do lance, Ordoñez saiu em contra-ataque e stickou cruzado, acabando por surpreender Ângelo Girão e colocando o Benfica na frente do marcador por uma margem de dois golos: 1-3.
Até então confortáveis a defender, os "encarnados" foram circulando mais a bola na tentativa de desgastarem o adversário e, a 15 minutos do fim, dispuseram da 10.ª falta. Ao contrário do que sucedera no terceiro jogo da final, porém, Nicolía não conseguiu bater Girão e o jogo continuou nas mesmas bases, com o Benfica mais interessado em protagonizar ataques longos ou em explorar as transições. Numa delas, Ordoñez foi carregado na área e o árbitro assinalou penálti. Nicolía contra Girão, parte 2, novamente com o guarda-redes português a sair por cima.
A 10 minutos do fim, um cartão azul a Edu Lamas deixou novamente Romero na marca do livre directo, mas Pedro Henriques voltou a opor-se com eficácia. O Sporting tinha dois minutos de vantagem numérica e o Benfica tinha Di Benedetto, decisivo em situações de underplay, a contribuir para a resistência das "águias".
O balão da confiança/esperança do Sporting foi-se esvaziando, até porque os "encarnados" se mostravam intratáveis no plano defensivo. E, depois de dois triunfos no pavilhão da Luz ao longo desta final (ambos por 4-2), conseguiram mesmo dar a machadada final e igualar o FC Porto como recordista de campeonatos, recuperando um troféu que lhes escapava desde 2016.