The Weeknd vai estar num palco em Algés, e até lá num ecrã com The Idol

Alvo de críticas, série estreou-se esta segunda-feira na HBO Max na véspera da actuação do músico no Passeio Marítimo de Algés. É actor, co-autor e co-produtor do projecto com Lily-Rose Depp.

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Lily-Rose Depp e Abel Tesfaye em The Idol HBO
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É uma semana The Weeknd, tema tendência por motivos musicais e televisivos: terça-feira sobe ao palco no Passeio Marítimo de Algés no âmbito da sua digressão After Hours Til Dawn e esta segunda-feira mostra finalmente a tão falada quanto criticada série The Idol na HBO Max. As críticas não são de somenos, de “fantasia masculina sórdida” a “muito pior do que o que previam” as descrições da série. Por um par de dias, The Weeknd, o actor e co-criador da série, cruza-se em Portugal com The Weeknd, o músico que enche estádios.

The Idol torna-se aquilo que diz criticar”, escrevia o crítico do PÚBLICO Vasco Câmara depois de ver os primeiros dois episódios no Festival de Cannes. Ou seja: a ideia inicial era que esta fosse uma sátira da fama, do ordálio das estrelas pop femininas mas, como denunciou em Março uma reportagem de bastidores com várias fontes ligadas à produção na revista Rolling Stone, se transformou em “pornografia de tortura” e “fantasia de violação”.

A série acompanha Jocelyn (interpretada por Lily-Rose Depp), uma das maiores estrelas pop do mundo. Sofreu um esgotamento nervoso na sua última digressão e agora quer reacender a sua carreira. Encontra a ajuda de um empresário da noite, Tedros Tedros, interpretado por Abel “The Weeknd” Tesfaye. O músico é um dos autores da ideia da série, que agora surge assinada em conjunto com Sam Levinson, que tem no seu currículo a jovem, arrojada e elogiada Euphoria, também da HBO e também com uma estrela jovem e mulher, Zendaya. Mas no início a realizadora Amy Seimetz estava também ligada à série — diz mesmo ter filmado cerca de 80% do projecto — e saiu por divergências criativas; é aí que entra Sam Levinson, que mexe no elenco, no argumento e na equipa. Reza Fahim também assina a produção e a escrita dos episódios.

Problemas na fase de desenvolvimento e produção são relativamente comuns, apesar de indesejados para a promoção de uma nova série, sobretudo nos tempos que correm — há muita concorrência e, quando se tem um caderno de encargos que é a sátira de como uma jovem cantora pode ser explorada, feita por um dos mais populares músicos do mundo, isso é um convite a extra escrutínio. Sam Levinson, em Cannes, disse que a série é “provocadora”. E na mesma conferência de imprensa Abel Tesfaye disse que a primeira ideia que lhe vem à cabeça sobre quem inspirou a sua personagem “é Drácula”.

The Idol, nestes primeiros episódios (a HBO Max estreou esta segunda-feira apenas o primeiro, e vai debitar os restantes cinco semanalmente), é sexual, envolve práticas aparentemente consensuais de estrangulamento erótico ou usa o som de um orgasmo de Jocelyn para musicar o seu trabalho. Lily-Rose Depp fala despreocupadamente da nudez como parte de uma personagem que “está sempre a tentar dizer alguma coisa sobre si no que veste”. Disse, na conferência de imprensa em Cannes, que o que foi escrito sobre os bastidores do projecto são “coisas falsas”.

Voz dada aos protagonistas em Cannes, os críticos também se pronunciaram depois de terem visto a amostra no festival francês. O tom das descrições foi do mais benevolente “estranhamente prosaica” de Richard Lawson na revista Vanity Fair ao “até a música é medonha” do diário britânico The Telegraph. A série, que tem o cunho de Midas da A24 (o estúdio do momento, que fez desde o vencedor dos Óscares Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo passando por Lady Bird ou Uncut Gems), tem banda-sonora original produzida precisamente por Tesfaye e inclui, “basicamente o próximo álbum”, como disse à revista Interview, e temas de Future, Madonna ou Playboi Carti.

Tema quente do Verão televisivo por bons ou maus motivos, The Idol conta ainda com actores e músicos como Eli Roth, Jennie Ruby Jane das Blackpink, Troye Sivan, Moses Sumney, Hank Azaria, Mike Dean ou Jane Adams. Para já, as avaliações online não são agradáveis: 25% de aprovação no site Rotten Tomatoes por parte dos críticos e pouco mais de 50% de apreço do público, uns muito negativos 24 em 100 no agregador de críticas Metacritic e também pontuações mornas dos espectadores, com a base de dados IMDB a obter dos seus utilizadores uma também mediana apreciação de 5,4 em dez pontos possíveis.

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