The Weeknd dança como se não houvesse amanhã — porque pode não haver mesmo
Dawn FM, o novo álbum (conceptual) de Abel Tesfaye, é aquilo que vai tocando no rádio do carro de quem está a tentar desenvencilhar-se do trânsito e sair de um longo túnel, ao fundo do qual só se vê uma luz branca. Com um twist: o túnel é o purgatório e a luz é a vida após a morte.
Imagine que está ao volante, a tentar chegar a casa após um dia de trabalho exaustivo, e dá de caras com um engarrafamento temível num túnel gigantesco. Hora de ponta. Os carros exibem o vermelho das luzes de travagem. Ouvem-se buzinadelas de frustração, que levam a respostas grosseiras por parte de motoristas especialmente cansados (que, por sua vez, só agravam ainda mais a frustração dos buzinadores). O clima é de impaciência generalizada. Mas não há nada a fazer. Já sabe que vai estar pelo menos uns 40 minutos, se não mesmo uma hora (é, está assim tão grave), a pisar e soltar o pedal da embraiagem.
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