Preços do petróleo sobem com anúncio saudita de corte de produção

Arábia Saudita tenta, com anúncio unilateral de descida da produção, influenciar preços do petróleo nos mercados internacionais.

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Arábia Saudita é um dos principais produtores de petróleo do mundo EPA/MAX BRUCKER
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O anúncio feito pela Arábia Saudita de que irá, de forma voluntária, voltar a reduzir os seus níveis de produção de petróleo a partir de Julho já está a ter o efeito desejado pelos seus dirigentes: esta segunda-feira, os preços nos mercados voltaram a subir, aproximando-se dos 80 dólares por barril.

O maior produtor mundial de petróleo tem revelado, ao longo dos últimos meses, estar preocupado com a descida de preços nos mercados internacionais, provocados sobretudo pelas expectativas de um abrandamento na procura mundial à medida que muitas das principais potências entram em risco de recessão.

Depois de, na reunião deste domingo do grupo denominado OPEP+, que inclui os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) mais dez outros países seus aliados, a decisão ter sido manter os níveis de produção ao longo deste ano, mas anunciando já uma redução de 1,4 milhões de barris por dia em 2024, a Arábia Saudita decidiu avançar sozinha para um corte de produção adicional quase imediato.

Este domingo, anunciou que irá, ao longo do mês de Julho, cortar um milhão de barris de petróleo à sua própria produção diária.

Esta decisão saudita resulta do facto de não ter conseguido convencer todos os membros do OPEP+ a alinhar numa redução adicional da produção (em vigor tem estado já um corte de 3,66 milhões de barris por dia), num cenário em que considera essencial trazer o preço do barril novamente para um valor acima dos 80 dólares.

Esta segunda-feira, os mercados reagiram a esta determinação da Arábia Saudita de fazer subir os preços. Nas primeiras horas de negociação, o preço do barril de Brent subiu um pouco mais de um dólar, para 77,15 dólares, com vários analistas a assinalarem a importância de o maior produtor mundial parecer estar disposto “a fazer tudo o que for preciso para elevar os preços”.

Depois de, nos primeiros meses a seguir ao início da guerra na Ucrânia, os preços do petróleo terem disparado nos mercados internacionais devido ao receio de uma interrupção do fornecimento de petróleo russo, assistiu-se depois a uma correcção em baixa dos valores praticados, à medida que se foi tornando claro que a Rússia iria continuar a conseguir vender o seu petróleo e que o abrandamento da economia mundial iria contribuir para um arrefecimento da procura.

A descida do preço do petróleo reflectiu-se, por exemplo, numa descida dos custos suportados com combustíveis em Portugal ao longo dos últimos meses, naquilo que tem constituído o principal contributo para o recente abrandamento da taxa de inflação.

Este cenário, contudo, não é do agrado dos grandes produtores de petróleo, que, na sua maioria, preferem produzir menos, a ver os preços praticados continuarem a cair nos mercados.

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