Após 27 anos de parceria, a BP deixa de ser mecenas do Museu Britânico

Há vários anos que o museu era pressionado por activistas para pôr fim ao contrato com a BP, acusada de usar a cultura e as artes para limpar a própria imagem.

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Activistas em acção de protesto no Museu Britânico, em 2015 AFP/Arquivo
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Ao fim de 27 anos de parceria, e de mais de uma década de protestos, o Museu Britânico, de Londres, não renovou o contrato de patrocínio que o ligava à gigante petrolífera BP.

O divórcio foi considerado "uma enorme vitória" por activistas ligados à acção climática, celebrando o fim de um acordo que, defendem, servia para limpar a imagem da BP através do apoio à cultura e às artes.

A notícia foi avançada pelo jornal britânico The Guardian, que cita uma fonte do museu: a empresa do sector energético não irá patrocinar mais nenhuma exposição ou outro tipo de actividades da instituição, e "não há outros contratos ou acordos em vigor entre o museu e a BP".

Até há pouco tempo, a BP era um dos maiores mecenas das artes no Reino Unido, tendo financiado durante várias décadas a Tate, a National Portrait Gallery, a Royal Opera House ou a Royal Shakespeare Company.

Em termos legais, o último contrato assinado entre o Museu Britânico e a BP, com duração de cinco anos, terminou em Fevereiro passado, mas não foi feito nenhum anúncio oficial quanto ao fim da longa parceira.

Segundo apurou o The Guardian, é possível que algumas cláusulas do contrato continuem em vigor, uma vez que o museu terá concordado que a BP mantivesse os seus "benefícios de patrocinador" até ao final de 2023, mesmo que o financiamento de actividades tenha chegado ao fim.

O diário britânico tentou contactar a BP, mas não obteve resposta. O Museu Britânico, por seu lado, repetiu apenas declarações já feitas anteriormente: "A BP é um importante patrocinador de longa data do museu, e a nossa actual parceria prolonga-se até este ano."

A Cultura Unstained, organização que milita pelo fim do financiamento da indústria de combustíveis fósseis à cultura, reagiu à "enorme vitória" através das suas redes sociais: "A BP já não pode usar as exposições do Museu Britânico para limpar a sua reputação, enquanto avança com novos projectos de combustíveis fósseis. O poder das pessoas e do activismo através da arte obrigaram o museu — e a BP — a prestar contas."

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