Meio ano após anúncio de saída, concurso para substituir Graça Freitas continua por abrir

Renúncia de Rui Portugal “esvazia” ainda mais DGS. Concurso para substituir Graça Freitas continua por abrir, seis meses após directora-geral ter anunciado fim do mandato no cargo.

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Mandato de Graça Freitas na DGS terminou a 31 de Dezembro de 2022 LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Rui Portugal renunciou nesta quarta-feira ao cargo de subdirector-geral da Saúde Rui Gaudêncio
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O concurso para substituir Graça Freitas no cargo da Direcção-Geral da Saúde continua por abrir, mais de cinco meses após o fim do mandato da responsável. Com a renúncia do subdirector-geral da Saúde, Rui Portugal, nesta quarta-feira à noite, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) fica apenas com Graça Freitas na liderança, e será por pouco tempo, uma vez que a médica anunciou no final do ano passado a sua saída e aguarda o concurso público para a escolha do seu sucessor para se poder reformar.

No site da CRESAP (Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública), o concurso para o cargo continua na categoria "procedimento concursal a abrir em breve".

Contactada pelo PÚBLICO, fonte desta comissão diz que a abertura do concurso está iminente, justificando o atraso com as demoras na publicação em Diário da República. O PÚBLICO aguarda ainda esclarecimentos do Ministério da Saúde sobre esta questão.

Rui Portugal demitiu-se do cargo nesta quarta-feira, sem explicar os motivos que estão na base da sua renúncia, remetendo uma declaração para esta quinta-feira.

O concurso para director-geral da Saúde foi anunciado pelo ministro Manuel Pizarro há seis meses, mas ainda não foi lançado, apesar de figurar, desde 3 de Maio, como concurso a abrir em breve na página da Comissão de Recrutamento para a Administração Pública (Cresap).

Instituição centenária (foi criada em 1899), a DGS tem vindo a ser progressivamente esvaziada de funções e actualmente até tinha apenas um subdirector-geral (Rui Portugal), porque o segundo (que era Ricardo Mestre) saiu em Setembro e não foi ainda substituído. Ricardo Mestre foi nomeado Secretário de Estado da Saúde em Setembro de 2022.

O processo de substituição de Graças Freitas arrasta-se há meses. Em Abril, o ministro da Saúde disse que o concurso público ia ser "aberto nas próximas semanas", assegurou que não haveria "nenhuma nomeação interina" e enfatizou que não haveria "nenhuma descontinuidade entre a senhora directora-geral, doutora Graça Freitas, e a pessoa que vier".

Directora-geral da Saúde desde 2007, Graça Freitas informou o Ministério da Saúde da sua intenção de não renovar a nomeação no final do ano passado, mas garantiu que permaneceria no cargo até ser substituída.

Quanto a Rui Portugal, aguarda-se uma explicação para a sua renúncia. Especialista em saúde pública, o médico que nasceu em 1963 em Espinho foi nomeado subdirector-geral em Agosto de 2020 em regime de substituição. Em Fevereiro deste ano, anunciou ao PÚBLICO que estava preparado para se candidatar ao cargo de director-geral da Saúde. "Tenho currículo, experiência local, regional, nacional e internacional que mo permite", justificou.

Rui Portugal chegou a assumir a direcção da DGS durante a pandemia, numa altura em que Graça Freitas ficou doente com covid-19 e esteve em isolamento. Apareceu em diversas conferências de imprensa durante a pandemia, mas ficou sobretudo conhecido quando aconselhou os portugueses a oferecer, no Natal de 2020, "compotas" e a optar "por visitas rápidas nos quintais" para não estarem em contacto próximo com outras pessoas.

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