Ei-lo de novo entre nós. E é sempre um acontecimento. Bob Dylan, 82 anos, dará três concertos em Portugal: esta sexta-feira no Coliseu do Porto, domingo e segunda no Campo Pequeno, em Lisboa.
É o guardião da canção americana, uma relíquia viva, em constante renovação, ainda misterioso, homem de muitas máscaras. É, como escreve Isabel Lucas, alguém que "entrou na tradição enquanto escrevia canções que o iam escrevendo a ele próprio" e, com isso, a história de um colectivo, a América.
Falámos com o biógrafo Greil Marcus para saber mais de Dylan a partir de sete canções (que reunimos numa playlist no nosso Spotify). E Mário Lopes viu o suposto filme-concerto de Dylan Shadow Kingdom, que chega ao streaming por estes dias. Nunca o vamos entender totalmente – e que bom é este jogo de sombras.
Actos de Empatia é o título desta edição da Bienal de Fotografia do Porto, com trabalhos de 70 artistas e 14 curadores de 27 países em 14 espaços da cidade. A empatia é a cura para um "mundo a arder"? A Bienal tenta responder, mas fica marcada por um acto de censura a uma obra.
Neste mundo em crise climática há quem procure respostas nas mundivisões dos povos indígenas. O antropólogo Philippe Descola passou quase três anos (na década de 1970) em pesquisa de campo na Amazónia, observando o povo Achuar. Foi um longo trabalho de aproximação a uma forma totalmente diferente de "fazer mundo". Alexandra Prado Coelho falou com ele.
No Porto e em Lisboa, na mesma semana, dois debates passarão pelo estado do cinema português. Em casa onde não há pão, todos se queixam e ninguém tem razão, diz o adágio. Mas e se todos tiverem razão?
Contribuímos para esse debate na semana em que se estreia Super Natural, filme de Jorge Jácome que, elogia Jorge Mourinha, "escapa a qualquer tipo de definição: entre Terrence Malick e Douglas Adams, sem narrativa mas com um fio condutor, nem ficção nem documentário, mas com elementos de ambos, abertamente experimental mas repleto de humor e humanidade". Dá-lhe cinco estrelas. É um dos cinco filmes que o Ípsilon e o Cinecartaz recomendam esta semana.
Nesta edição, entre muitas outras coisas, podemos também ler a escritora nascida na Ucrânia Victoria Belim dizer isto: "Na Ucrânia, plantar pepinos é também uma forma de resistência".
Boas leituras!
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