Menos de 50 caças F-16 chegam para libertar a Ucrânia, diz Kiev
Ministério da Defesa ucraniano afirma que não precisa mais de quatro esquadrões para expulsar as forças russas do seu território. Nenhum país ainda se compromteu a enviar os seus aviões.
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Quatro esquadrões de caças F-16 são suficientes para pôr as forças russas em debandada. Pelo menos é o que afirma o Ministério da Defesa ucraniano numa mensagem publicada na sua conta oficial no Twitter. Cada esquadrão tem 12 aviões, por isso, 48 caças chegam para “libertar o país” do exército invasor que ocupa parte do território da Ucrânia desde 24 de Fevereiro de 2022.
Depois de muitos meses a pressionar os seus aliados ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos, a quem cabia sempre dar a última palavra em relação aos aviões de fabrico norte-americano (e que podem custar cada um entre 12,7 milhões a 80 milhões de dólares, consoante a versão), o Presidente ucraniano conseguiu, na cimeira do G7, em Hiroxima, a luz verde de Joe Biden.
O que a Ucrânia vem agora fazer é dar um número às suas necessidades, embora ainda nenhum país se tenha comprometido com o envio dos seus F-16, havendo ainda só ofertas para treino dos pilotos ucranianos, nomeadamente de Portugal.
Ainda esta semana, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, comentava, no final da reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, que “essa questão para já não se coloca”, a do envio dos aviões de combate, “nem nos foi pedido pela Ucrânia”.
E mesmo que formar pilotos para aviões de combate que a Ucrânia ainda não tem pressupõe que a determinada altura venha a ter, o ministro referiu que isso “não está em cima da mesa” e que “a expectativa é que não sejam caças nossos”.
Os neerlandeses afinam pelo mesmo diapasão. “Num futuro próximo, pode vir a considerar-se a possibilidade do envio de F-16 para a Ucrânia”, disse uma porta-voz do Ministério da Defesa dos Países Baixo, mas “isso não é um assunto imediato”.
Para os dinamarqueses, a questão de enviar ou não os F-16 ainda está em aberto, disse um porta-voz do Ministério da Defesa da Dinamarca ao Washington Post. O executivo de Mette Frederiksen ainda tem de ponderar se pode ou não prescindir dos seus caças e ainda cumprir com as suas obrigações na NATO.
A prioridade para já é o treino dos pilotos, cujo calendário deverá estar pronto nas próximas semanas.
O Governo ucraniano está, ainda assim, optimista em relação a poder contar com os F-16 para o seu esforço de guerra rapidamente. “Se todos fizermos a nossa parte… e as decisões forem tomadas rapidamente”, disse no passado sábado Yuri Sak, conselheiro do Ministério da Defesa, citado pelo Washington Post. “Calculo que até ao final de Setembro, princípio de Outubro, poderemos ver os F-16 a voar no espaço aéreo ucraniano.”
No entanto, os aliados estão relutantes em abrir mão dos seus caças. O Reino Unido, que tem mostrado muito empenhado na formação de uma coligação de aviões para a Ucrânia, não tem F-16 ao seu serviço, e pondera a aquisição de aviões a outros países para os ceder a Kiev. Diz a Bloomberg, que Londres está disponível para financiamento, logística e/ou treino desta operação.
O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou, ainda segundo a Bloomberg, que Washington vai conversar com os aliados nos próximos meses sobre a melhor forma de fazer chegar os F-16 à Ucrânia, embora os EUA também não estejam a contar enviar os seus F-16.