Ventura vai pedir que Marcelo esclareça, por escrito, quando, como e o que soube sobre o SIS

Presidente da República admitiu na quinta-feira que só soube no dia 29 de Abril que o SIS tivera intervenção no caso. Mas Costa não explicou qual o papel do seu secretário de Estado adjunto.

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André Ventura, líder do Chega, e Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República LUSA/TIAGO PETINGA
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O Chega vai propor, na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão da TAP, que seja pedido um esclarecimento por escrito ao Presidente da República sobre quando, como e o que soube acerca da intervenção dos serviços secretos na recuperação do computador do ex-adjunto de João Galamba. O anúncio foi feito nesta sexta-feira pelo deputado André Ventura e o requerimento será votado na reunião da CPI da próxima semana.

Para além disso, depois do chumbo dos requerimentos para a audição (presencial ou por escrito) do primeiro-ministro e do seu secretário-adjunto, o Chega optou agora pela mesma estratégia da Iniciativa Liberal e enviou a António Costa e a António Mendonça Mendes uma lista de questões a que queria ter resposta com as respectivas audições.

Essas perguntas são feitas ao abrigo do instrumento de que os deputados dispõem para questionar o Governo sobre qualquer assunto e as regras mandam que a resposta seja dada no prazo de 30 dias. Há perguntas sobre o que aconteceu na noite de 26 de Abril, sobre quem e que pedidos fez, sobre a intervenção dos vários governantes no caso, sobre o processo de decisão para a intervenção do SIS (quem pediu, quem a decidiu ou propôs). E um pedido a Costa e a Mendonça Mendes: para darem acesso a todas as informações detalhadas e contactos entre os vários governantes nessa noite.

Sobre o pedido a Marcelo Rebelo de Sousa, André Ventura recordou que o Presidente admitiu esta quinta-feira que só soube no dia 29 de Abril que os serviços secretos tinham tido intervenção no caso que ocorreu na noite de 26 de Abril, ou seja, três dias depois dos acontecimentos. Mas não explicou como soube, exactamente o que soube e quem lho disse. É tudo isso que os deputados do Chega querem agora saber. "Não por desconfiarmos do Presidente da República mas porque neste momento deve ser o único em quem se pode confiar", elogiou André Ventura.

O deputado do Chega lembrou que a comissão parlamentar de inquérito "é equiparada a uma autoridade judicial e tem poder de solicitar depoimentos" e que as regras permitem precisamente o depoimento do Chefe de Estado que, querendo, pode fazê-lo por escrito. No debate de quarta-feira, o primeiro-ministro começou por dizer que tinha falado com o Presidente da República na noite de 26 de Abril, mas depois corrigiu garantindo que não falou com o Chefe de Estado sobre o que se passara no Ministério das Infra-Estruturas.

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