PS chumbou acesso a notas do computador de Frederico Pinheiro sobre a TAP

Oposição acusou o PS de fazer”rolo compressor”, de fazer “barreira”. “O que pretende o PS esconder?”, pergunta o PSD.

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Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infra-Estruturas, João Galamba Daniel Rocha
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O PS chumbou esta quinta-feira um requerimento do PSD que pedia o acesso às notas referentes à TAP que estavam no computador de serviço de Frederico Pinheiro, o ex-adjunto do ministro das Infra-Estruturas, João Galamba. A oposição acusa o PS de fazer uma “barreira”, mas o PS volta a insistir no foco no objecto da comissão parlamentar de inquérito (CPI). Na reunião da tarde desta quinta-feira, deputados da oposição desafiaram o líder da bancada parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, a pedir desculpa aos deputados da CPI.

Na reunião, que começou ao início desta tarde, os deputados aprovaram um único requerimento: o do PSD que pede acesso aos documentos relacionados com a compra e venda da participação de David Neeleman e a transferência de 55 milhões de euros.

Os restantes cinco requerimentos do PSD – todos eles de acesso a documentação – foram chumbados. Entre os requerimentos chumbados está o que pedia ao “Ceger [Centro de Gestão da Rede Informática do Estado] e ao Ministério das Infra-Estruturas o envio das notas respeitantes à TAP, no PC [computador pessoal] de Frederico Pinheiro”.

Paulo Moniz, do PSD, considerou que este é um “chumbo cirúrgico” que “adensa” a dúvida sobre “o que pretende o PS esconder”.

Bruno Aragão, do PS, tinha argumentado antes que este era um requerimento de “inutilidade superveniente”, uma vez que já tinha sido aprovado um requerimento do BE que permite aceder à informação que seria dada pelo acesso àquelas notas.

Paulo Moniz lembrou que já antes se registou um ciclo novo na CPI, quando o PS começou a argumentar com o objecto da CPI para chumbar requerimentos. Bruno Aragão concordou, mas considerou que isso aconteceu a partir de um determinado momento que definiu deste modo: “Quando deixámos de discutir sobretudo a TAP e passámos a discutir tudo menos a TAP...”

Filipe Melo, do Chega, recuperou a tese do “rolo compressor” – foi também chumbado um requerimento do Chega de acesso a documentos – e Pedro Filipe Soares, do BE, defendeu que o PS está a fazer uma “barreira”, ao chumbar requerimentos na CPI.

Antes, numa reacção às conclusões da investigação às eventuais fugas de informação de documentos da CPI, houve deputados que pediram que o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, se retractasse das suspeitas que levantou em relação aos deputados da oposição. “Espero que tenha também a mesma rapidez em pedir desculpa aos deputados desta CPI e aos deputados do Parlamento.” Também o PSD e o Chega lembraram que Eurico Brilhante Dias colocou o foco das eventuais fugas no Parlamento.

Antes, em declarações feitas fora da CPI, já o líder parlamentar do PSD, Miranda Sarmento, havia defendido que Brilhante Dias deve pedir desculpas e “dar finalmente os esclarecimentos de porque é que há algumas semanas lançou uma acusação muito grave sobre os outros grupos parlamentares e sobre os outros deputados que participam na comissão parlamentar de inquérito”.

Na altura, o líder da bancada socialista defendeu estar-se perante um “crime provavelmente praticado por órgãos de soberania” e que contribui para a construção de uma “narrativa” a partir da divulgação “parcial” de posições. “Alguns grupos parlamentares, especialmente à direita, aquilo que estão a fazer é o trabalho dos advogados daqueles que intentam contra o Estado”, acusou Eurico Brilhante Dias.

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