Intoxicação da opinião pública

Se pensam que o efeito negativo das mentiras de Galamba e Pinheiro são os únicos estragos causados nos portugueses, não se esqueçam do efeito arruaceiro de como alguns deputados intervêm na CPI.

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Eu tinha jurado a mim próprio não falar das audições dos últimos dias na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP, tal é o grau de intoxicação da opinião pública que todos, actores, perguntadores, jornalistas e comentadores, provocam. O que escrevi recentemente sobre o modo como, no afã de derrubar o Governo, se está a estuporar a democracia era suficiente, porque nada mudou e é minha convicção que nada vai mudar. Nem penso que haja qualquer eficácia em chamar a atenção, quanto estamos longe de qualquer mecanismo normal numa democracia, como o escrutínio, ou a exigência de responsabilidades políticas para quem as tem. Do mesmo modo, as regras do jornalismo desapareceram do espaço público, substituídas por um tratamento comicieiro e politicamente motivado e orientado, que, por falta de alternativa, deixa todos entregues à intoxicação. É como as drogas que criam habituação.

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