Mpox: houve 953 casos em Portugal ao fim de um ano

Em Portugal, um dos primeiros países a detectar mpox, foram diagnosticados ao longo do último ano 953 casos, quase na totalidade homens. Os primeiros casos humanos surgiram há um ano.

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O vírus mpox NIAID

Para o Ministério da Saúde, foi possível interromper as cadeias de transmissão do vírus mpox através do diagnóstico, sensibilização e, mais tarde, da vacinação graças à "rápida resposta e adesão da população".

Num comunicado que assinala a passagem de um ano sobre o aparecimento dos primeiros casos confirmados de infecção humana com o vírus monkeypox, ou varíola-dos-macacos como era antes conhecido e actualmente designado como mpox, e numa altura em que a Organização Mundial da Saúde declarou já o fim desta emergência de âmbito internacional, o ministério português salienta que "o controlo desta epidemia só foi possível pela pronta resposta a nível nacional, nomeadamente em termos de diagnóstico clínico e laboratorial da infecção, reforçando-se a cooperação entre os organismos do Ministério da Saúde e as associações de base comunitária".

"Nesta emergência de saúde pública, sobre a qual inicialmente pouco sabíamos, o trabalho com as comunidades em maior risco e a rápida partilha de informação e boas práticas entre os países mais afectados foi crucial. Permitiu dar novos passos na preparação dos sistemas de saúde para a vigilância e intervenção face a doenças infecciosas emergentes, realidade que as alterações climáticas e maior circulação de pessoas torna hoje mais premente", afirma a secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, citada no comunicado.

Casos esporádicos a partir de Outubro

Portugal foi um dos primeiros países a detectar casos de mpox, tendo sido diagnosticado ao longo do último ano 953 casos, quase na totalidade homens. A partir de Outubro os casos tornaram-se esporádicos, tendo sido diagnosticados nove casos desde então.

"Tratando-se de um surto com características novas, tornou-se necessário identificar os principais sintomas, período de incubação e vias de transmissão, de forma a informar e a definir medidas de prevenção e controlo eficazes", refere o ministério, realçando que "fruto da rápida resposta e adesão da população, foi possível interromper as cadeias de transmissão, através do diagnóstico, sensibilização e, posteriormente, através da vacinação".

Numa primeira fase, a vacina foi oferecida a pessoas que tinham tido contactado com alguém infectado, com posterior alargamento a outros indivíduos em maior risco. Desde Julho do ano passado até dia 12 de Maio deste ano, foram vacinadas 3554 pessoas, a maioria na região de Lisboa e Vale do Tejo.

A promoção da vacinação dos grupos elegíveis continua a ser uma prioridade para o Ministério da Saúde, uma vez que o vírus permanece em circulação. O Ministério da Saúde recorda que a vacinação contra a mpox está disponível em centros de saúde e associações de base comunitária, estando a informação disponível no site da Direcção-Geral da Saúde.

O ministério faz também um agradecimento público ao trabalho da Direcção-Geral da Saúde, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, dos profissionais de saúde directamente envolvidos na reposta à doença e das pessoas e associações da sociedade civil que contribuíram para o rápido conhecimento e controlo do surto em Portugal. E recorda ainda que a experiência em Portugal foi destacada pela Organização Mundial da Saúde como "um bom exemplo de como as autoridades de saúde devem trabalhar com a comunidade".