A Organização Mundial da Saúde (OMS) terminou esta terça-feira com a emergência internacional de saúde pública decretada para a mpox (anteriormente conhecida como varíola-dos-macacos), e que já durava há dez meses. A mpox é uma doença viral que levou a infecções confirmadas em mais de uma centena de países.

A OMS declarou o surto global de mpox como uma emergência internacional de saúde pública em Julho de 2022 e manteve esse estatuto nas duas últimas reuniões decisórias, em Novembro e Fevereiro.

O director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou o fim do estado de emergência para a doença com base na recomendação do comité de emergência da OMS, que se reuniu esta quarta-feira.

Esta medida sinaliza que a crise causada pela mpox, que se transmite através do contacto directo com fluidos corporais e causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cutâneas cheias de pus, está agora sob controlo.

Nicola Low, vice-presidente do comité de emergência da OMS para a mpox, realçou que é necessário adoptar uma estratégia para gerir os riscos a longo prazo da mpox para a saúde pública em vez de confiar em medidas de emergência.

A transição proposta significa incluir a resposta e preparação para a mpox nos programas nacionais de vigilância de doenças, como é o caso do vírus da imunodeficiência humana (VIH) e de outras infecções sexualmente transmissíveis, refere Nicola Low.

Nos últimos três meses, foram confirmados quase 90% menos casos de mpox em todo o mundo, isto quando comparado com o período anterior, referiu o director-geral da OMS.

Desde o início do surto, em Maio de 2022, até 8 de Maio desde ano foram confirmados mais de 87 mil casos de mpox, de acordo com o último relatório da OMS. Em Portugal, a Direcção-Geral da Saúde confirmou 953 casos desde Maio de 2022. A organização mostrou estar particularmente preocupada com os países africanos que lidaram com esta infecção muito antes do início do surto global e que poderão continuar a lidar com ela ainda no futuro.

A OMS também declarou na última sexta-feira o fim da emergência de saúde pública para a covid-19. “Apesar de o estado de emergência da mpox e da covid-19 terem terminado, a ameaça de ressurgimento permanece para ambas. Ambos os vírus continuam a circular e continuam a matar”, salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus.