Wang Bing trouxe a Cannes a juventude em marcha do capitalismo chinês

Não é de mais salientar a humildade da missão do cineasta: percorrer o seu país para documentar as alterações que o deformam. Youth (Spring): belíssimo título, muito belo filme.

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Românticos ma non troppo, os operários de Wang Bing estão concentrados na capacidade de negociar com os patrões DR
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Durante cinco anos, entre 2014 e 2019, Wang Bing e três câmaras de filmar estiveram de acordo com as populações e os ritmos dos ateliers de indústria têxtil que povoam o norte da China, mais concretamente a província de Zhili, onde afluem 300 mil trabalhadores migrantes, na maioria jovens de 20 anos, que vêm de todas as partes do território para encontrar emprego numa das 18 mil pequenas unidades de produção da região. Com aquela forma, simultaneamente rude e comovente, que o cineasta chinês tem de expurgar o seu trabalho de qualquer maquilhagem formal, inclusive não disfarçando a presença ali de um homem que está a filmar, ele próprio, o cinema ganha uma dimensão tão épica quanto humana, já que é o pequeno, o frágil e o desfavorecido que embarcam na aventura mais intimidante.

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