Vaticano interrompeu a circulação do selo comemorativo da JMJ. Exemplares vão ser destruídos
O Vaticano confirmou esta quarta-feira que interrompeu a venda do selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude, que este ano se realiza em Lisboa. Os restantes exemplares vão ser destruídos.
Depois da polémica em torno do selo comemorativo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), apresentado na segunda-feira pelo Vaticano, o objecto filatélico já não foi vendido esta quarta-feira.
De acordo com o jornal digital 7Margens, que tentou comprar o selo da JMJ, a venda foi negada por um funcionário do posto de correios oficial da Praça de São Pedro, em Roma, que alegou "ordens superiores". Além disso, acrescentou, de acordo com o protocolo da Santa Sé, cancelar a circulação desta emissão filatélica obriga à destruição dos restantes exemplares. Por isso, os selos da JMJ 2023, para venda apenas na terça-feira, são agora um objecto raro.
No desenho do artista italiano Stefano Morri, o Papa Francisco surge no cimo do Padrão dos Descobrimentos, acompanhado por jovens. O site de notícias do Vaticano, Vatican News, comparou a relevância do Infante D. Henrique para descobrir o "novo mundo" com o papel do pontífice em conduzir os jovens "na descoberta desta mudança de época". O carimbo exclusivo deveria ser usado pela agência de correios Arco Delle Campane até esta quarta-feira.
Nas redes sociais as reacções foram de indignação pelas semelhanças com imagens do Secretariado de Propaganda Nacional. Por sua vez, o bispo Carlos Azevedo, delegado do Comité Pontifício para as Ciências Históricas, em entrevista ao 7Margens, descreveu o selo como de "péssimo gosto" e "nacionalista".
Contactado pelo 7Margens e pela Renascença, o Vaticano apenas confirmou a decisão de retirar o selo do mercado.