Os malefícios do tabaco

O Estado é bastante tolerante com muitos vícios e muito hipócrita face a vários deles. O exemplo mais flagrante é o álcool (...). Ou, pior ainda, o jogo.

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Não sou fumador. Nem sequer estou naquela categoria dos que fumaram uns anos e depois deixaram de fumar. Nunca na minha vida fumei. Sempre considerei que não se podia ter os vícios todos e, vício por vício, escolhi outros. Por isso, o que vou escrever a propósito da nova legislação sobre o consumo de tabaco não tem esse conflito de interesses, mas tem outro muito pior: tenho um considerável mal-estar com o vezo autoritário, liberticida e controlador da vida individual que ela revela. Se o “tabaco mata”, mais valia então proibi-lo, do que ter um pé na liberdade de fumar e outro na prevenção dos malefícios do tabaco, sendo que o primeiro pé é tão esmagador que vai muito para além da prevenção, tem uma componente punitiva que afecta a liberdade individual, que passa, como é obvio, pelo direito de escolher riscos.

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