Realojados mais de 700 timorenses que estavam em situação sem-abrigo em todo o país

Maior parte dos timorenses que entraram em Portugal no ano passado e este ano já saíram do país.

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Em Outubro havia centenas de timorenses a viver nas ruas de Lisboa Nuno Ferreira Santos
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O Alto Comissariado para as Migrações (ACM) identificou, desde Julho do ano passado, 1541 cidadãos timorenses em “situação de vulnerabilidade” e encontrou uma resposta de alojamento temporário para 1471 deles. Destes, “mais de 50% estavam a pernoitar na rua”.

Os dados foram fornecidos pelo ACM ao Jornal de Notícias, que avança com esta informação na edição desta segunda-feira. Segundo o diário, a maioria dos cidadãos identificados são homens, entre os 20 e os 40 anos, e há pelo menos 321 deles que estavam a viver em estruturas acompanhadas pelo ACM. Há 30 a residir num destes espaços no Fundão e outros 12 em Beja. Este organismo conseguiu também encontrar emprego para 294 timorenses, 94% dos quais com alojamento.

Contudo, as últimas informações dão também conta que a maior parte dos timorenses que chegam a Portugal acabam por não ficar no país. O JN relembra dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), avançados recentemente pela Lusa, que indicavam que no ano passado entraram no país 6814 timorenses, mas saíram 5135. Este ano, os números apontavam para 731 entradas e 581 saídas.

A elevada entrada de cidadãos timorenses no país começou a ser notada desde o início do ano passado e, desde então, o SEF abriu algumas investigações por suspeita de tráfico de seres humanos para exploração laboral.

Só entre Março e Outubro do ano passado, conforme o PÚBLICO avançou há uns meses, tinham entrado no país 4721 timorenses, com preponderância para os meses de Verão. Ouvidos na altura, diziam vir procurar emprego no sector agrícola, mas muitos acabaram enredados em supostas redes de tráfico e perante situações desumanas experienciadas em diversos municípios alentejanos, acabaram por rumar a Lisboa, em busca de ajuda.

Em Outubro havia centenas de timorenses nas ruas da capital, concentrando-se, sobretudo, na zona de Martim Moniz.

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