Banco norte-americano PacWest diz ter “vários” interessados na sua compra
Depois de derrapar 50% em bolsa, o PacWest veio anunciar que foi “abordado por vários potenciais parceiros e investidores”. É mais um capítulo na crise da banca regional norte-americana.
Novo dia, novo capítulo na crise da banca regional norte-americana. O PacWest Bank, instituição com sede na Califórnia, é o mais recente banco a merecer as atenções das autoridades financeiras dos Estados Unidos da América, depois de ter sido noticiado que está a estudar uma possível venda ou aumento de capital e de ter registado uma queda de 50% em bolsa na última sessão.
A turbulência em bolsa começou esta quarta-feira, quando a Bloomberg avançou que o PacWest estaria a estudar várias "opções estratégicas", incluindo uma venda ou um aumento de capital, tendo já contratado um consultor financeiro para assessorar a operação. Na origem das dificuldades financeiras que o PacWest enfrenta está, sobretudo, a fuga de depósitos sofrida em Março (com uma quebra de 20% em relação ao início do ano), que obrigou a que o banco recebesse uma linha de financiamento de 1,4 mil milhões de dólares (1,26 mil milhões de euros ao câmbio actual).
Quando, no mês passado, reportou os resultados do primeiro trimestre deste ano (período em que registou um prejuízo de 1,2 mil milhões de dólares), o PacWest garantiu que os depósitos tinham estabilizado depois da quebra acentuada registada em Março. Mas a mensagem de tranquilidade não tem surtido o efeito desejado junto dos investidores. Na quarta-feira, depois de publicada a notícia da Bloomberg, as acções do PacWest chegaram a derrapar 50% em bolsa.
Agora, o banco vem, novamente, tentar acalmar os mercados. "A nossa mensagem mantém-se consistente com o que foi transmitido na semana passada, na apresentação de resultados. Como já tinha sido anunciado, a empresa explorou vendas estratégicas de activos, incluindo um portefólio de crédito no valor de 2,7 mil milhões de dólares. Esta venda planeada mantém-se no caminho certo e, uma vez concluída, vai permitir aumentar o nosso rácio de capital para mais de 10%", começou por referir o banco, em comunicado emitido esta quinta-feira.
E acrescentou: "Recentemente, a empresa foi abordada por vários potenciais parceiros e investidores – as discussões estão a decorrer. A empresa vai continuar a avaliar todas as opções para maximizar o valor para os accionistas." Ao mesmo tempo, garante ainda a instituição, não houve novos "fluxos de depósitos fora do normal após a venda do First Republic e outras notícias".
Segundo avança o Financial Times esta manhã, o banco de investimento Piper Sandler já terá sido contratado pelo PacWest para explorar as "opções estratégicas" em cima da mesa. Não foi, contudo, iniciado qualquer processo de venda formal e um aumento de capital continua a ser uma hipótese.
As notícias em torno do PacWest surgem poucos dias depois de o Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, o fundo de garantia de depósitos norte-americano, ter anunciado que o JP Morgan vai comprar os activos do First Republic, assumindo a totalidade dos depósitos deste banco regional. Foi a terceira intervenção das autoridades norte-americanas junto do sistema bancário no espaço de dois meses, depois do colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.