Marlène Schiappa, secretária de Estado da primeira-ministra francesa, responsável pela Economia Social e Solidária e Vida Associativa, vai aparecer na edição da Playboy, que vai para as bancas francesas no próximo dia 6. Mas a sua decisão não é consensual no governo do seu país. Por isso, a política usou a rede social Twitter para defender a sua decisão.
Para Schiappa, em França, as "mulheres são livres" e rejeita o atraso e a hipocrisia, defendendo o direito a controlarem o seu próprio corpo. "Defender o direito das mulheres a controlarem os seus corpos está em todo o lado e a toda a hora", escreveu no Twitter, neste sábado.
A secretária de Estado não está só na sua defesa. Também a porta-voz do grupo de centro esquerda Renaissance, na Assembleia Nacional, Prisca Thévenot, defendeu-a: "Não se trata de posar nua, mas de abordar questões importantes", declarou à Franceinfo, no mesmo dia, acrescentando que é "importante abordar estas questões" numa revista que "não é conhecida por promover o tema dos direitos da mulher e a sua relação com o corpo".
Por sua vez, no domingo, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse ao canal francês CNews, que considera Schiappa uma "mulher de carácter". E acrescentou: "Queria dizer que Marlene Schiappa é uma política corajosa, que tem o seu carácter e um estilo que não é o meu, mas que eu respeito."
Contudo, as vozes que se levantaram contra também foram algumas, de dentro e de fora do governo, incluindo da própria primeira-ministra, Élisabeth Borne, diz a BMFTV, citando fontes próximas da governante. Borne terá telefonado a Schiappa para lhe dizer que a entrevista "não foi apropriada, especialmente no actual período" de crise social, quando os franceses estão na rua contra a reforma das pensões.
Também Jean Luc Mélenchon, que ficou em terceiro nas últimas eleições presidenciais, criticou não só Schiappa, mas também Emmanuel Macron por ter dado uma entrevista à revista infantil Pif Gadget, esta semana.
Schiappa, que está no governo desde 2017, altura em que foi ministra para a Igualdade, é a capa da revista, onde enverga um vestido branco. A Playboy deu-lhe 12 páginas, onde, em entrevista, fala sobre os direitos das mulheres e os direitos das pessoas LGBT. Também no interior da publicação, a política aparece sempre vestida.