Polónia desmonta alegada rede de espiões russos

Seis pessoas foram detidas por suspeitas de vigiarem os carregamentos de armas para a Ucrânia e de estarem a preparar “actos de sabotagem”.

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Os detidos são suspeitos de vigiar um aeroporto onde chega e de onde parte ajuda militar para a Ucrânia KACPER PEMPEL/Reuters

As autoridades da Polónia dizem ter desmontado uma rede de espiões ao serviço da Rússia que operava no país. O grupo de seis pessoas terá instalado câmaras em infra-estruturas importantes, como auto-estradas e vias férreas, incluindo junto a um aeroporto que tem sido usado para a entrega de armas à Ucrânia.

“Era um grupo de espionagem, estavam a recolher informações em benefício daqueles que atacaram a Ucrânia”, disse esta quinta-feira o ministro da Defesa, Mariusz Blaszczac, à rádio pública PR1, sem adiantar detalhes, afirmando apenas que a rede representava uma “ameaça real”.

Ao fim da manhã, o ministro do Interior especificou que “as provas indicam que este grupo vigiava as linhas de caminho-de-ferro” e que estava encarregado de fazer “reconhecimento, monitorização e documentação dos transportes de armas para a Ucrânia”. De acordo com Mariusz Kaminski, “os suspeitos também estavam a preparar actos de sabotagem com o objectivo de paralisar o fornecimento de equipamento, armas e ajuda à Ucrânia”.

A operação dos serviços secretos polacos foi noticiada na quarta-feira à noite pela rádio RFM, segundo a qual seis cidadãos estrangeiros tinham sido detidos por suspeitas de fazer espionagem para a Rússia.

Um dos locais que a rádio diz ter sido visado pelo grupo foi o aeroporto de Rzeszów-Jasionka, próximo da fronteira com a Ucrânia, que tem servido como base logística para o fornecimento de armas e ajuda humanitária ao país invadido. É ali que chegam regularmente aviões militares e de carga e, no fim de Fevereiro, foi onde aterrou Joe Biden antes de se deslocar de comboio para Kiev. Segundo a BBC, o aeroporto é considerado tão importante que os Estados Unidos colocaram lá um sistema de defesa antiaérea Patriot.

Desde o início da guerra, no ano passado, que os serviços secretos de vários países europeus apertaram o controlo às actividades de espionagem russa, tendo expulsado centenas de diplomatas que se suspeita que eram, na verdade, espiões. O jornal Politico cita fontes das secretas para dizer que ainda haverá uns 400 agentes russos activos na Europa.

O ministro do Interior polaco disse que os serviços secretos do seu país têm provas de que os seis detidos eram pagos pelos serviços secretos russos. Consigo tinham câmaras, GPS e outros equipamentos electrónicos.

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