Trabalhadores da agência Lusa anunciam greve de quatro dias

Greve está marcada para 30 e 31 de Março e 1 e 2 de Abril. O protesto foi aprovado com votos a favor de 155 trabalhadores e uma abstenção.

Foto
Trabalhadores da Lusa decidiram agendar uma greve para final de Março LUSA

Os trabalhadores da agência Lusa aprovaram esta quarta-feira uma greve de quatro dias marcada para 30 e 31 de Março e 1 e 2 de Abril. Segundo uma nota emitida pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ), o protesto foi aprovado com votos a favor de 155 trabalhadores e uma abstenção.

Os trabalhadores da Lusa já haviam anunciado que iriam fazer greve no final de Março depois de rejeitarem, no início deste mês, a contraproposta de valorização salarial apresentada pela administração. "Os trabalhadores da Lusa, reunidos em plenário em 1 de Março de 2023, rejeitaram por unanimidade a contraproposta apresentada pelo Conselho de Administração", lê-se numa resolução, na qual indicavam que vão avançar com novas formas de luta.

Nessa altura, a administração da agência de notícias apresentou aos sindicatos uma contraproposta, que previa o aumento salarial de 35 euros, a ser efectuado em Março e com retroactivos a Janeiro, a atribuição de um subsídio parental e o aumento das ajudas de custo internacionais para o máximo legal regulamento em 89,35 euros, acima dos 72,72 euros actualmente praticados.

O Conselho de Administração, presidido por Joaquim Carreira, propôs também a revisão e negociação do Acordo da Empresa (AE) no que se refere à tabela salarial, actualização de subsídios, revisão do sistema de diuturnidades e separação do processo de avaliação de desempenho do AE com novas regras.

Conforme detalhou, "o orçamento da Lusa tem 250 mil euros para actualizações salariais que, deduzidos de diuturnidades, promoções e subsídio de alimentação, ficam em 160 mil euros". Segundo o mesmo documento, o impacto anual de 120 euros a mais no salário de cada trabalhador, que foi proposto pelas organizações representativas, gera um prejuízo de 440 mil euros.

Em 3 de Novembro, os trabalhadores da Lusa aprovaram um caderno reivindicativo, que inclui um aumento mínimo de 120 euros nos salários, a actualização do subsídio diário de refeição, pago em cartão, para o valor máximo não tributável, a criação de um subsídio parental de 100 euros por cada filho/a, a ser pago juntamente com a retribuição do mês seguinte ao do regresso da licença parental, entre outros.