Lucro do Novo Banco triplicou para 561 milhões em 2022

Margem financeira melhorou 52,1 milhões de euros, em parte em resultado da subida generalizada das taxas de juro.

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O crédito líquido do Novo Banco aos clientes foi de 24,6 mil milhões de euros Daniel Rocha

O Novo Banco revelou nesta quinta-feira ao mercado que obteve um lucro de 560,8 milhões de euros em 2022, o triplo do que registou no ano anterior. A variação face aos 184,5 milhões de 2021 é de 204%.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a instituição financeira atribui o resultado à execução de uma estratégia com “foco no crescimento sustentado do negócio” e numa “sólida geração de receita e capital”, apesar da “actual incerteza macroeconómica”.

A margem financeira do banco foi de 625,5 milhões de euros, mais 9,1% do que no ano comparável (mais 52,1 milhões de euros), desempenho que, diz o banco, “está em linha com as expectativas para o ano de 2022 e com o actual contexto macroeconómico de subida generalizada das taxas de juro, com a estratégia de gestão de activos e passivos a mitigar os efeitos da pressão inflacionista”.

A diferença, diz, reflecte a “melhoria da taxa média dos activos”, que mais do que compensou “o custo suportado com as emissões de dívida sénior e a alteração das taxas de juro do financiamento” das operações de financiamento alargado lançadas pelo Banco Central Europeu (BCE).

No enquadramento económico do relatório, a entidade financeira lembra que, em 2022, o BCE “elevou os juros de referência num total acumulado de 250 pontos base, deixando a taxa das operações principais de refinanciamento em 2,5% e a taxa da facilidade de depósitos em 2%”, referências que hoje já se encontram mais altas.

“Com resultados positivos em todos os trimestres, é de destacar neste último trimestre a melhoria da margem financeira (mais 59,2%) e das comissões (mais 8,9%), assim como a contenção dos custos operativos (excluindo itens de natureza excepcional mais 2,4%; mais 9,7 milhões de euros) em nível semelhante ao dos trimestres anteriores permitindo mitigar os efeitos das pressões inflacionistas sobre este agregado”, indica a instituição liderada por Mark Bourke.

Em relação ao conjunto do ano de 2022, o Novo Banco revela que o “produto bancário comercial totalizou 918,8 milhões de euros” em 2022, um aumento de 7,3% em 2021, onde se inclui 183,6 milhões referentes ao “processo de desalavancagem do portefólio imobiliário, que inclui a venda do edifício da actual sede”, em Lisboa.

As comissões de serviços a clientes totalizaram 293,3 milhões de euros, “com destaque para o desempenho da gestão de meios de pagamento, empréstimos e garantias em linha com a melhoria da actividade do banco”.

O banco indica ao mercado que o crédito líquido aos clientes aumentou para 24,6 mil milhões de euros, “confirmando a trajectória de crescimento da carteira de crédito tanto no segmento de retalho como de empresas, num ambiente de taxas mais favoráveis”. Com isso, “os recursos totais de clientes cresceram 3,1% face a Dezembro de 2021, sendo o aumento dos depósitos de clientes de 4%”, mais 1,1 mil milhões de euros.

Em relação aos créditos não produtivos (conhecidos por NPL), o rácio reduziu-se para 4,3%, comparando com os 5,7% que se registavam no final de 2021.

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