Euribor a três meses fixa novo máximo com subida de taxas do BCE
O prazo a 12 meses voltou a subir para máximo de 2009 e a taxa a seis meses praticamente não sofreu alterações.
Depois da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar as suas taxas em 0,5%, admitindo, com forte probabilidade, uma decisão idêntica na próxima reunião de Março, as taxas Euribor deverão começar a registar subidas mais lentas. A excepção é o prazo a três meses, que é o que se encontra em valor mais baixo e que até ao início do próximo mês deverá encostar aos 3%. O contrato de futuros deste prazo, com vencimento no próximo dia 14 de Março, apontava nesta segunda-feira para o valor de 2,97%, um valor que sobe para perto de 3,2% no mês de Junho.
Já na sessão desta segunda-feira, no mercado interbancário, onde um conjunto alargado de bancos define as taxas a que está disponível para emprestar dinheiro entre si, a Euribor a três meses fixou-se em 2,565%, mais 0,020 pontos e um novo máximo desde Janeiro de 2009. Esta taxa esteve negativa entre 21 de Abril de 2015 e 13 de Julho último (um total de sete anos e dois meses).
A Euribor a seis meses praticamente não sofreu alterações. Esta taxa, que está positiva desde Junho de 2022, baixou para 3,008%, menos 0,003 pontos que na última sexta-feira, depois de na semana passado ter atingido 3,029%, um novo máximo desde Dezembro de 2008.
O prazo mais longo, a 12 meses, subiu para 3,401%, mais 0,027 pontos, ainda assim abaixo dos 3,446% registados na última quinta-feira e que também corresponde a um novo máximo desde Dezembro de 2008.
A Euribor a 12 meses está presente em 43% do volume de crédito à habitação existente em Portugal, pelo que são estes os empréstimos mais penalizados actualmente, embora tenham prazos de revisão mais espaçados. Este prazo foi o primeiro a quebrar o ciclo de mais de sete anos em valor negativo, o que aconteceu a 12 de Abril de 2022.
Na última reunião, o BCE elevou as taxas de juro de referência na zona euro em 0,5 pontos percentuais, o que impulsiona a taxa de juro de refinanciamento (aquela a que o banco central empresta dinheiro no curto prazo aos bancos comerciais) para 3% e a dos depósitos (aquela a que são remunerados os depósitos que os bancos comerciais fazem no banco central) para 2,5%.
E, no comunicado divulgado após a reunião do Conselho de Governadores, o banco central assumiu que “pretende subir as taxas de juro em mais 0,5 pontos percentuais na sua próxima reunião de Março”, meta que influencia a evolução das taxas Euribor no mercado monetário, que servem de referência aos empréstimos às famílias e às empresas.