Com Alexander Ekman, a CNB dança o direito à aleatoriedade e à indefinição

Até dia 19, no Teatro Camões, um programa emparelha Anne Teresa de Keersmaeker, Fábio Lopez e um dos mais fulgurantes coreógrafos de hoje, que em Cacti ensaia uma critica da crítica de dança.

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Em Cacti, os intérpretes adoptam vaidosas poses escultóricas, cheias de auto-satisfação HUGO DAVID

Há um par de semanas, muito se escreveu e falou sobre o insólito episódio protagonizado pelo coreógrafo alemão Marco Goecke, que resolveu responder a uma crítica de que não gostou especialmente esfregando um saco com excrementos do seu cão na cara da autora do texto. Desde então, Alexander Ekman tem-se visto confrontado com abundantes questões sobre o assunto, a propósito das várias remontagens em curso de uma das suas mais emblemáticas peças, Cacti (2010), retomada por diferentes companhias europeias. E isto porque a criação que agora se estreia em Portugal, pela mão da Companhia Nacional de Bailado (CNB), inserida num programa que inclui também peças de Anne Teresa de Keersmaeker (Grosse Fuge) e de Fábio Lopez (Avant qu'il n'y ait le silence), foi, assumidamente, a sua forma de lidar com o primeiro sério embate de criador com a crítica.

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