Para ajudar crianças na Turquia e na Síria, choveram peluches num jogo de futebol
Os brinquedos vão ser doados às crianças que sobreviveram aos sismos do início de Fevereiro.
Num jogo de futebol entre duas equipas do campeonato turco de futebol, o Besiktas e o Antalysapor, realizado no domingo, 26 de Fevereiro, milhares de adeptos atiraram milhares de peluches das bancadas para o relvado, em solidariedade para com todas as crianças que morreram na sequência dos sismos na Turquia e na Síria. Agora, os brinquedos vão ser doados aos sobreviventes e o dinheiro reverterá para a reconstrução dos dois países, que vai sendo feita aos poucos.
Aos quatro minutos e 17 segundos, o jogo foi interrompido pela enxurrada de presentes que os adeptos atiraram para o campo do Vodafone Park, estádio do Besiktas, em Istambul. Momentos antes, ainda com os peluches, cachecóis e outros brinquedos a colorir os bancos, ecoavam pelo estádio vozes a exigir a demissão do governo turco. O momento da interrupção do jogo é uma referência à hora do primeiro abalo sentido a 6 de Fevereiro (4h17, hora local).
A partilha nas redes sociais foi rápida. Através da hashtag #BuOyuncakSanaArkadasım (“Este brinquedo é para ti, meu amigo”, em tradução livre para português), já se partilharam vários vídeos e fotografias do momento. À medida que os peluches iam invadindo o relvado, os jogadores aplaudiam o gesto enquanto acumulavam os brinquedos para serem, mais tarde, transportados para doação.
Em comunicado, o Besiktas agradeceu aos adeptos o envolvimento neste “evento significativo”. A iniciativa foi organizada em conjunto com uma loja turca de brinquedos, a Toyzz Shop, que antes do jogo, já tinha apelado à compra de peluches. Todo o dinheiro que angariaram será também doado às áreas mais afectadas.
A 6 de Fevereiro, dois sismos de magnitudes 7.5 e 7.8 na escala de Richter abalaram a Turquia e a Síria. Desde então, foram confirmadas mais de 50 mil mortes, mais de 90 mil edifícios foram total ou parcialmente destruídos e milhares de pessoas – entre as quais, muitas crianças – ficaram feridas e sem casa ou família.
Numa altura em que o foco é a reconstrução das zonas mais afectadas, o governo de Erdogan tem recebido fortes críticas pela forma como lidou com os primeiros momentos depois dos sismos. A população acusa as autoridades de terem sido lentas e mal preparadas.
Texto editado por Ana Maria Henriques