A semana começou com o anúncio de que a princesa Beatriz da Holanda, 85 anos, tinha partido o pulso, a fazer esqui. Seguiu-se o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, 76 anos, que fez uma cirurgia ao coração. Por fim, nesta quarta-feira, a rainha Margarida da Dinamarca, 82 anos, foi operada às costas. Não é novidade que a Europa está a envelhecer e que os líderes permanecem mais anos nos cargos — veja-se o exemplo de Isabel II, a monarca que mais tempo reinou o seu país, e que morreu aos 96 anos, levando a que o seu filho, Carlos III, tenha chegado ao trono aos 74 anos.
Em 2013, a três dias de comemorar 75 anos, Beatriz da Holanda abdicou a favor do seu filho, Guilherme. Na sexta-feira, a princesa deu uma queda, enquanto esquiava, numa estância em Lech, na Áustria, para onde a família real dos Países Baixos vai com regularidade.
O anúncio de que a ex-monarca, que reinou durante 33 anos, tinha fracturado o pulso e, por isso, sido operada, foi feito na segunda-feira. A princesa regressou ao Castelo Drakensteyn, em Lage Vuursche, onde reside desde 2014, e está a recuperar.
Recorde-se que na mesma pista de esqui, o príncipe Johan Friso, segundo filho de Beatriz, teve um acidente, em Fevereiro de 2012, que o deixou em coma e por causa do qual viria a morrer em Agosto do ano seguinte. O irmão de Guilherme ficou soterrado mais de 20 minutos e morreu após complicações que surgiram devido aos danos provocados no cérebro pela falta de oxigénio no momento do acidente.
Na segunda-feira, em Estocolmo, foi a vez de Carlos XVI Gustavo da Suécia ter sido operado ao coração, um cateterismo, que decorreu “como planeado e o rei está bem”, anunciou a casa real em comunicado, acrescentando que o monarca, no trono desde 1973, agradecia o “carinho” e o apoio demonstrado, bem como elogiou os “cuidados de saúde suecos”.
Carlos Gustavo deu entrada no hospital no mesmo dia em que foi submetido à cirurgia. A sua agenda está suspensa até ao próximo dia 3 de Março. Em Janeiro, o rei, que celebra meio século de reinado, este ano, declarou que a abolição da lei sálica no seu país, em 1979, como um “erro” e uma “injustiça” para com o filho, Carl Philip, que deixou de ser herdeiro com essa mudança.
A futura rainha da Suécia é, sim, a princesa Victoria, a filha mais velha de Carlos e Silvia Sommerlath, e foi a primeira a pronunciar-se sobre a cirurgia do monarca. Em visita oficial à Austrália, declarou que esta tinha sido necessária. Há uma semana, Madelaine, a filha mais nova do rei e que ocupa a oitava posição na linha de sucessão ao trono, avançara que regressaria à Suécia para acompanhar a recuperação do pai, mas entretanto, a casa real anunciou que a princesa mudou de ideias e vai permanecer nos EUA, onde vive com o marido e três filhos.
Por último, nesta quarta-feira, Margarida da Dinamarca foi operada às costas e tudo correu bem, informou a casa real. A cirurgia já estava planeada há algum tempo e os problemas da monarca não eram desconhecidos, uma vez que mesmo durante cerimónias oficiais, a rainha permanecia sentada, enquanto os restantes membros da família estavam de pé.
Ao contrário de Carlos Gustavo, que não foi dada qualquer informação sobre o hospital onde foi submetido a cirurgia, a casa real dinamarquesa avançou que a operação de Margarida teve lugar em Rigshospitalet, em Copenhaga, e que a rainha está “de boa saúde” e a recuperar bem. Entretanto, o príncipe Frederik assumiu as funções de regente da Dinamarca e permanecerá nessa posição até ao próximo domingo, altura em que partirá em visita oficial à Índia. Então, caberá à princesa Benedita, irmã da rainha, assumir a regência.
Em Setembro passado, a rainha, que em 2022 celebrou o jubileu de ouro, decidiu que os seus netos deixariam de ser príncipes. As novas formas de tratamento entraram em vigor no início deste ano e seguem uma tendência que se tem estendido às famílias reais europeias de reduzir o número de membros séniores a trabalhar para a monarquia, explicou na altura a casa real em comunicado. Carlos XVI Gustavo fez o mesmo, na Suécia, em 2019.