Alec Baldwin vê retirada acusação que agravava crime de homicídio involuntário

O actor continua acusado do homicídio involuntário de Halyna Hutchins, mas a possível pena de prisão foi reduzida ao ter sido retirado o agravamento “por arma de fogo”.

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O advogado de Baldwin não respondeu imediatamente a um pedido de comentários Reuters/ANDREW KELLY

Os procuradores retiraram o “por arma de fogo” à acusação de homicídio involuntário contra Alec Baldwin, reduzindo o possível tempo de prisão que a estrela de Hollywood poderá enfrentar para o tiroteio fatal de 2021 no cenário do filme Rust, que resultou na morte da directora de fotografia Halyna Hutchins.

A procuradora do Primeiro Distrito Judicial do Novo México, Mary Carmack-Altwies, tinha acusado Baldwin e a armeira do filme, Hannah Gutierrez-Reed, com duas acusações de homicídio involuntário no mês passado pela morte da cineasta Halyna Hutchins, com a acusação mais grave a acarretar uma potencial pena de prisão de cinco anos. Mas, na sexta-feira, Carmack-Altwies retirou a acusação de posse de arma de fogo que agravava o crime, reduzindo assim a pena de prisão de um mínimo de cinco anos para um máximo de 18 meses.

“A fim de evitar mais distracções litigiosas por parte do sr. Baldwin e dos seus advogados, a procuradora distrital e o procurador especial retiraram as acusações de homicídio involuntário por arma de fogo na morte de Halyna Hutchins no cenário do filme Rust”, disse Heather Brewer, porta-voz do Primeiro Distrito Judicial do Novo México, numa declaração.

O advogado de Baldwin não respondeu imediatamente a um pedido de comentários, mas o representante de Gutierrez-Reed manifestou satisfação: “Aplaudimos a decisão do procurador distrital de rejeitar o agravamento das armas de fogo”, disse Jason Bowles.

Os advogados de Baldwin e Gutierrez-Reed tinham argumentado, no início deste mês, que os procuradores estavam a acusar injustamente os seus clientes ao abrigo de uma versão da lei de agravamento por uso de armas de fogo que só tinha sido aprovada em Maio de 2022, meses após o incidente.

O caso de Baldwin é notável na medida em que não há outros exemplos de um actor de Hollywood enfrentar acusações criminais por um tiroteio no estúdio.

O actor da sitcom Rockfeller 30 negou a responsabilidade pelo incidente, no qual o realizador do filme, Joel Souza, ficou ferido. Baldwin alega que apontou o revólver, mas que não puxou o gatilho, afirmando ainda que era tarefa de Gutierrez-Reed e de outros profissionais assegurar que a arma estivesse sem munições reais.

Mas vídeos dos momentos imediatamente antes do tiroteio mostram Baldwin com o dedo no gatilho, disse o investigador Robert Shilling, numa declaração. Um teste forense do FBI concluiu ainda que o revólver “​funcionava normalmente” e não disparava sem que o gatilho fosse puxado.

Gutierrez-Reed deu o seu testemunho à agência de segurança dos trabalhadores do Novo México (OSHA), a 7 de Dezembro, afirmando que o tiroteio poderia ter sido evitado se tivesse tido mais tempo para treinar Baldwin, já que, segundo relata, o actor não sabia usar o revólver de forma adequada.

Os documentos responsabilizam Gutierrez-Reed por “permitir munições vivas no cenário”, mas não a acusam de as introduzir fisicamente na produção.​ Espera-se que Baldwin e Gutierrez-Reed façam uma primeira aparição no tribunal em Santa Fé, Novo México, no dia 24 de Fevereiro.