Podem ter passado décadas, mas apoio terapêutico às vítimas é “sempre” essencial

Não munir as vítimas de apoio, caso o peçam, seria “uma traição” e podia constituir uma “revitimização”. Abusadores também devem ser intervencionados.

Foto
Vítimas e abusadores devem beneficiar de apoio, caso o queiram Daniel Rocha

Os números são crus: segundo o relatório final da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, a média de idades das vítimas, na altura dos abusos, aproximava-se dos 11 anos, mas a idade destas vítimas, hoje, ronda os 52. Ou seja, passaram-se décadas, muitas vezes sem que a violência a que o menor foi submetido tenha sido revelada a alguém. Significa isto que já passou demasiado tempo para as vítimas procurarem apoio? Nem pensar. “É sempre preciso intervir”, realça o psiquiatra Allen Gomes, antigo presidente da Sociedade Portuguesa de Sexologia. Deixar as vítimas sem acesso a apoio seria “uma traição”, diz ainda o psiquiatra Vítor Cotovio.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.