Austrália é o primeiro país a aprovar uso medicinal de cogumelos alucinogénicos e MDMA

Psiquiatras poderão prescrever as substâncias psilocibina e MDMA para tratar depressão e stress pós-traumático.

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Substância presente nos chamados cogumelos alucinogénicos poderá ser prescrita Jesse Bauer

A Austrália tornou-se o primeiro país a permitir o uso de medicamentos que contêm as substâncias psilocibina (presente nos chamados cogumelos alucinogénicos) e MDMA (conhecido como ecstasy) após a aprovação pela entidade reguladora do medicamento do país (TSA).

A medida entra em vigor a partir de 1 de Julho, segundo um comunicado da Administração de Activos Terapêuticos (TGA na sigla em inglês), emitido na sexta-feira e divulgado este sábado pelos meios de comunicação australianos, onde é dito que se permite que ambas as substâncias sejam prescritas por "psiquiatras especificamente autorizados para o tratamento de algumas doenças mentais".

A entidade reguladora do medicamento da Austrália permite, assim, a prescrição da droga sintética MDMA (3,4-metilendioximetanfetamina) para o tratamento do síndrome de stresse pós-traumático e da psilocibina para a depressão quando o paciente não melhora com outros medicamentos.

"Estas são as únicas duas doenças para as quais há evidências suficientes de benefício potencial para alguns pacientes", refere-se no comunicado.

Para prescrever medicamentos com estas substâncias, os psiquiatras terão de obter a aprovação da TCA, que submeterá o pedido à apreciação de um comité de investigação ética.

A TGA reconheceu a "falta de opções" para pacientes com doenças mentais que resistem ao tratamento, mas assinala que será necessário controlar os possíveis efeitos adversos destas terapêuticas.

Sublinha além disso que a utilização destas substâncias fora destas duas doenças continua a ser proibida.

Embora no mercado australiano não existam produtos licenciados que contenham qualquer uma daquelas substâncias, a TGA vai permitir que os psiquiatras autorizados a prescrevê-las, adquiram legalmente os "medicamente não aprovados" que as contenham.