Gillian Anderson quer que as mulheres lhe contem as suas fantasias sexuais

O objectivo é escrever um livro sobre o desejo sexual no feminino, através dos testemunhos de mulheres reais de todo o mundo. As histórias podem ser enviadas até 28 de Fevereiro.

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Gillian Anderson dá vida a Jean Milburn em Sex Education SAM TAYLOR/NETFLIX

Na ficção, na série Sex Education, Gillian Anderson dá vida a uma terapeuta sexual, Jean Milburn. A personagem parece ter-se estendido à realidade e a actriz britânica está a apelar às mulheres de todo o mundo para que lhe enviem relatos das suas fantasias sexuais. A anonimidade está garantida.

A britânica de 54 anos explicou, através de um vídeo no Instagram e de uma carta aberta publicada no The Guardian, que está a lançar uma “grande investigação sobre as mulheres e o sexo”. Os relatos, a que apela, vão ser usados num livro, cuja curadoria está à sua responsabilidade, pela editora Bloomsbury.

“Como mulheres, sabemos que o sexo é mais do que apenas sexo, mas muitas de nós não falam sobre isso”, reconhece, pedindo para que sejam enviados “os desejos mais pessoais”. As mulheres, lamenta, guardam os seus medos e fantasias mais íntimos no seu interior, até que alguém chega com uma chave. Então, incentiva: Aqui está a chave.

O livro será composto pelas cartas anónimas das mulheres, de qualquer parte do mundo, e vai reflectir bem mais do que detalhes sobre fantasias sexuais: “O sexo é sobre ser mulher e ser mãe, infidelidade e abuso, consentimento e respeito, justiça e equidade, amor e ódio, prazer e dor.”

Na plataforma Dear Gillian, as participantes são convidadas a contar aquela fantasia que nunca comentaram com ninguém, por vergonha ou falta de confiança. E ninguém fica excluído. “De onde quer que seja, quer tenha 18 ou 80, durma com homens ou mulheres ou indivíduos não binários — ou todos ou nenhuns. Quero saber os seus desejos mais íntimos.”

Terá sido o livro Meu Jardim Secreto, de Nancy Friday, escrito nos anos 70 do século passado, sobre as fantasias sexuais femininas, a inspirar o trabalho por que Gillian dá agora a cara, explica no artigo do The Guardian. A obra de que a actriz fala foi “revolucionária e até provocadora”, considera, e é de “leitura obrigatória para toda a gente”.

Gillian Anderson só leu o livro em 2018 quando se preparava para o papel de Jean Milburn, uma terapeuta sexual e mãe de um adolescente.

Desde que dá vida à personagem na série do Netflix, conta, é comum perguntarem-lhe se começou a receber testemunhos de mulheres, que lhe confidenciam os seus problemas. “Não, não o fazem. [Foi isso] que me levou a ter a ideia para este livro — um Meu Jardim Secreto para o século XXI, por assim dizer — que será revelador e profundo, bem como inclusivo”, promete.

Os testemunhos, que devem começar com querida Gillian, podem ser enviados até 28 de Fevereiro. A ideia é que as mulheres imaginem as fantasias sexuais e as ficcionem, sem referir situações reais e mencionar pessoas que possam ser identificadas, explicam na plataforma. E podem ser escritas em qualquer língua, basta dar asas à imaginação.

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