Organizador da JMJ em Madrid diz que “custa entender” gastos em Portugal
Madrid acolheu, em 2011, a JMJ “mais barata de sempre” (num total de 52,8 milhões de euros). Orçamento previsto para a realização do evento em Portugal é de 160 milhões de euros.
O director executivo da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Madrid criticou, na passada terça-feira, o orçamento de 160 milhões de euros previsto para a realização do evento em Portugal, um valor “muito superior a todas as outras”.
“Custa-me entender onde é que se vai gastar [o dinheiro]”, disse Yago de la Cierva, especialista em comunicação ligado à Igreja Católica, em entrevista à RTP.
“Eu estive envolvido em nove Jornadas Mundiais da Juventude. Se a Jornada de Lisboa tem um orçamento de 160 milhões, é muito superior a todas as outras”, acrescentou.
O organizador recordou a JMJ de 2011, em Madrid, destacando que devido à crise económica que se vivia em Espanha, uma equipa de 500 pessoas conseguiu organizar a JMJ “mais barata de sempre” (num total de 52,8 milhões de euros) ao recorrer a muitos voluntários, patrocínios de empresas, donativos e receitas da inscrição dos peregrinos.
“Não podíamos pedir dinheiro ao Estado, parecia-nos de mau gosto”, explicou Yago de la Cierva, destacando que para realizar um grande evento é preciso “muito dinheiro ou muitos voluntários”.
À data, Madrid instalou dois palcos para o evento, nomeadamente um mais pequeno na praça Cibeles e um segundo (com 200 metros de comprimento) no Aeródromo de Cuatro-Vientos — o qual custou 800 mil euros. “Arranjámos um patrocinador, uma empresa de construção que fez a metade, e pagou essa metade”, notou De la Cierva.
A JMJ está marcada para os dias 1 a 6 de Agosto, em Lisboa, e vai envolver vários locais além do Parque Tejo, junto ao rio Trancão, na fronteira entre os concelhos de Lisboa e Loures.