Taxa de juro dos certificados de aforro sobe para 3,403% em Fevereiro
Remuneração-base, em bruto, do produto de poupança do Estado está perto do máximo, a que poderão acrescer prémios de permanência.
A subida das Euribor está a ser uma dor de cabeça para quem tem empréstimos à habitação associados a estas taxas, mas é positiva para alguns produtos de poupança, como os “velhinhos” certificados de aforro (CA). Em resultado da evolução recente da Euribor a três meses, a rentabilidade das subscrições de CA em Fevereiro subiu para 3,403% (brutos) ou 2,45% líquidos.
“A taxa de juro bruta para novas subscrições de certificados de aforro, Série E [a única em comercialização], em Fevereiro de 2023 foi fixada em 3,403%”, avança a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na sua página oficial.
O valor fixado mensalmente vigora por três meses, e serve para as actualizações a ocorrer a cada trimestre da subscrição ou séries anteriores.
É mais um salto face à taxa bruta de 3,088% fixados em Janeiro, e aproxima a rentabilidade-base do máximo fixado pelo Estado, que é de 3,5%.
À taxa-base dos CA está associada a Euribor a três meses, que tem aumentado significativamente desde o Verão, acrescida de 1%. A este valor ainda poderão acrescer prémios de permanência, que são de 0,5% a partir do segundo e até ao quinto anos, e de 1% do sexto até à data-limite da “vida” do produto, que é de dez anos.
A taxa de juro Euribor a três meses, que entrou em terreno positivo em Julho, fixou-se esta quarta-feira em 2,483%, em ligeira descida face aos 2,512% registados no mês anterior.
A melhor remuneração deste produto, por comparação com os depósitos a prazo, explica o forte aumento de subscrições nos últimos meses. Só em Dezembro passado as aplicações ascenderam a 1994 milhões de euros, quase dois mil milhões de euros. Com este valor recorde, o stock dos CA passou de 17.709 milhões de euros para 19.626 milhões de euros, um aumento de 57,1% face aos 12.490 milhões de euros registados a 31 de Dezembro de 2021.
A taxa de juro média dos depósitos a prazo subiu muito ligeiramente em Novembro (últimos dado disponível), para 0,35% brutos (0,24% do mês anterior), correspondendo ao máximo desde Dezembro de 2016.
Segundo dados do Banco de Portugal, os depósitos dos particulares nos bancos aumentaram em 2022, totalizando 182,4 mil milhões de euros, mais 9,6 mil milhões de euros do que no ano anterior. Neste universo, o peso dos depósitos à ordem continuou a aumentar, correspondendo a 49,5% do total (44,9% em Dezembro de 2020 e 47,8% em Dezembro de 2021), totalizando 90,3 mil milhões de euros.