Pretty Baby: Brooke Shields estreou no Festival de Sundance, na sexta-feira, e uma das revelações não tardou a fazer manchetes: a estrela de Lagoa Azul contou que foi violada, pouco tempo depois de ter terminado a faculdade em Princeton.
Shields não identificou o seu agressor, mas detalhou o sucedido, adiantando que aconteceu após um jantar em que era suposto tratar do seu regresso ao grande ecrã — o que leva a crer que se terá tratado de alguém da indústria.
A actriz recorda como não resistiu muito, paralisada com o medo. “Apenas pensei: 'Mantém-te viva e vai embora'”. Durante muito tempo, tentou apagar o momento da memória, até que teve de lidar com ele. É que, assume, não conseguia deixar de se sentir culpada pela agressão que sofrera.
No entanto, Brooke Shields recusa-se a reduzir o documentário de Lana Wilson a essa revelação. “Não estou apreensiva com qualquer parte [do filme] porque, para mim, a história é muito maior”, disse Shields numa entrevista à The Hollywood Reporter. “O incidente [violação], que será sem dúvida destaque, é de cinco minutos [no filme], mas há toda uma outra hora e 45 minutos”.
Em Pretty Baby, tece-se a crónica da perigosa viagem que Brooke Shields fez por Hollywood. Desde o filme em que se estreou, aos 11 anos, Shields foi imediatamente objectificada e sexualizada — no filme de 1978, que dá título ao documentário, surge a beijar Keith Carradine, de 29 anos; aos 15 anos, foi protagonista de dois filmes que incluíam nudez e sexo, Lagoa Azul, de Randal Kleiser, e Um Amor Infinito, de Franco Zeffirelli.
Também não esquece a relação com Michael Jackson (“Era muito infantil... éramos apenas amigos”, conta) ou quando usou a sua voz para falar sobre depressão pós-parto.
Mas a história, estima Brooke Shields, irá abrir novos caminhos rumo a Hollywood. “Estou tão entusiasmada por começar os novos capítulos da minha vida”, afirma, assumindo: “Apesar de tudo, adoro estar nesta indústria”.