Dani Alves muda de prisão por questões de segurança
Internacional brasileiro aguarda nova decisão judicial a 40 quilómetros de Barcelona, estando na iminência de ser representado por um advogado especialista em direito penal.
Dani Alves, internacional brasileiro de 39 anos, foi esta segunda-feira transferido para uma nova prisão de Barcelona, Espanha, sob o pretexto de garantir melhores condições de segurança e convivência enquanto aguarda a decisão judicial ao recurso que os advogados do futebolista terão de entregar ainda hoje.
Dani Alves encontra-se, desde sexta-feira, em prisão preventiva na sequência do processo de inquérito que decorre de uma queixa de agressão sexual e que levou à detenção do brasileiro, que enfrenta um quadro penal que pode ir de quatro a 12 anos de acordo com notícia do El País.
Entretanto despedido “com justa causa” pelos mexicanos do Pumas, conforme anunciou o presidente do clube, Leopoldo Silva, Dani Alves poderá, igualmente - ainda de acordo com o El País - vir a ser representado pelo advogado Andrés Maluenda, especialista em direito penal. Decisão que assume carácter urgente, já que o prazo para o recurso relativo ao auto de prisão preventiva se esgota esta segunda-feira, sendo que é preciso processar a transferência de poderes entre os advogados.
Independentemente da celeridade que se impõe, o magistrado judicial deverá manter a decisão da juíza titular, o que significaria a continuação de Dani Alves em prisão preventiva, medida mais eficaz face às circunstâncias do futebolista brasileiro. A defesa de Dani Alves poderá, contudo, apelar para o órgão superior de forma a conseguir uma medida cautelar mais leve, como a confiscação do passaporte.
Segundo o El País, entre a argumentação da juíza pesa o risco de fuga, atendendo à gravidade e consistência da acusação, o que poderá resultar numa pena de prisão efectiva de quatro a 12 anos. A condição económica e financeira do futebolista e o facto de o Brasil não possuir acordo de extradição com Espanha poderiam levar a uma eventual fuga do jogador.
Dani Alves estava detido na cadeia Brians 1, destino de presos preventivos na Catalunha, tendo sido transferido para Brians 2, segundo fonte do Departamento de Justiça e do Governo citada pelo El País, a cerca de 40 quilómetros de Barcelona, e onde existe uma maior capacidade para gerir o funcionamento da prisão, controlando o impacto que tem a entrada de uma “estrela” como Dani Alves.
Com módulos mais pequenos, cerca de 80 detidos contra os 200 de Brians 1, o risco de enfrentar problemas de segurança é reduzido, ainda que Dani Alves não tenha reportado qualquer ameaça.
O futebolista brasileiro enfrenta uma acusação de agressão sexual, denunciada por uma jovem de 23 anos, que terá, alegadamente, sido atacada nos lavabos da zona VIP da discoteca Sutton, em Barcelona. Dani Alves terá fornecido, entretanto, três versões diferentes do ocorrido, contrárias ao depoimento “sólido” da jovem e às provas recolhidas pelos Mossos d’Esquadra, autoridade responsável pela investigação.
Dani Alves declarou que se encontrava sentado na sanita, vestido, e que a jovem se sentou no seu colo, o que levou a juíza a confrontar o jogador com a descrição pormenorizada fornecida pela jovem de uma tatuagem (meia-lua, no abdómen), facto que, de acordo com o diário El Mundo, terá sido determinante para que fosse decretada prisão preventiva.