Ministro da Saúde confiante em resolver diferendo com enfermeiros antes da greve

Manuel Pizarro garantiu que está a prestar uma atenção individualizada a cada um dos casos e que tudo será decidido de acordo com os princípios que forem acordados.

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O ministro da Saúde manifestou-se confiante em relação ao diferendo com os enfermeiros ANDRÉ KOSTERS/Lusa

O ministro da Saúde manifestou-se esta segunda-feira confiante de que o diferendo com os enfermeiros sobre a requalificação das carreiras esteja resolvido a tempo de evitar a greve marcada para 7 de Fevereiro.

"Tenho expectativa de que vá a tempo de evitar a greve porque acho que os enfermeiros têm todo o direito de pedir a sua requalificação, porque é injusto que um enfermeiro que trabalha há 15 ou 20 anos tenha a mesmo salário que um enfermeiro que inicia a sua actividade hoje", disse Manuel Pizarro em Monchique, no Algarve

Em declarações aos jornalistas à margem da iniciativa "Saúde Aberta", que vai percorrer todos os concelhos do Algarve, o ministro garantiu que está a prestar uma atenção individualizada a cada um dos casos e que tudo será decidido de acordo com os princípios que forem acordados.

"Espero que o maior número de enfermeiros insatisfeitos veja reconhecidos os seus direitos, mas o que não posso garantir é que isso aconteça a todos, porque há situações muito diversas", notou Pizarro.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) convocou uma greve para 7 de Fevereiro por considerar que um decreto-lei recentemente publicado pela tutela agrava as situações de injustiça na carreira, ao não contabilizar os pontos detidos pelos enfermeiros promovidos a especialistas por concurso entre 2005 e 2011.

A sindicalista Fátima Monteiro afirmou na semana passada que, com a entrada em vigor do decreto-lei 80-B/2022, "um enfermeiro especialista com 20 anos de profissão aufere menos que um colega que tenha especialidade há 10 ou cinco anos".

Para o sindicato, o decreto-lei "fica aquém das necessidades porque inadmissivelmente o Governo se recusa a pagar retroactivos a 2018, ignora a experiência profissional de muitos colegas com contratos de trabalho e não resolve todas as situações de injustiça relativa".